Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

APOSENTADORIAS DEGRADADAS


AO NOVO GOVERNO MICHEL TEMER:


Os aposentados do RGPS representando um terço dos aposentados cadastrados no INSS, tornaram-se, sem dúvida, o segmento mais perseguido e prejudicado da sociedade. São penalizados desde o ano de 1987, quando tiveram arbitrariamente seus reajustes desvinculados do salário mínimo, com um arquitetado plano diabólico de nivelar-se todas as aposentadorias da iniciativa privada, no menor benefício pago pela Previdência Social, desconsiderando-se os valores maiores de suas contribuições mensais de 35 anos que de nada valeram, beneficiando somente os governos centrais!  

Daqui a mais alguns poucos anos estes aposentados estarão recebendo apenas um salário mínimo, excluído-se desta sandice e covardia os aposentados do setor público. Fala-se agora que será feito, prioritariamente, a Reforma da Previdência, nada se ouvindo falar que os aposentados até então prejudicados, serão liberados deste imerecido castigo! De nada tem adiantado a muito nossos protestos, uma grita desenfreada e desesperada de cobranças pelos nossos direitos adquiridos, que há 18 anos não vêm sendo respeitados.

 
Para corroborar o acima relatado, copio um artigo do brilhante colunista Paulo Sant'Ana, do jornal Zero Hora do RS, datado de 16.05.2008, denunciando a trama armada contra os velhos e indefesos aposentados! E assim, lamentavelmente, já se passaram oito anos do referido artigo, período em todos os governos e insensíveis congressistas fecharam seus olhos e taparam seus ouvidos!! ...Pobres e indefesos aposentados...

    Almir Papalardo.
 

Aposentadorias degradadas

16 de maio de 200844
Acontece o seguinte: no governo Fernando Henrique Cardoso, foi instituído o fator previdenciário.
Trata-se de um mecanismo que determina um corte de até 40% nas aposentadorias dos trabalhadores, conforme a idade do cidadão, mesmo que ele já tenha cumprido todo o tempo de contribuição.
O corte varia de acordo com a idade de quem se aposenta (menos idade, maior o corte). Os mais penalizados são aqueles que começaram a trabalhar mais jovens, que cumprem o tempo de contribuição mas têm de continuar a trabalhar para não sofrerem o corte.
Outra herança trágica para o trabalhador instituída no governo Fernando Henrique Cardoso foi a desvinculação do reajuste de todas as aposentadorias com o reajuste do salário mínimo. Por essa separação, os governos Fernando Henrique e Lula jactam-se de concederem reajustes consideráveis no salário mínimo, mas não atribuem às outras aposentadorias com valor superior ao salário mínimo o mesmo índice de reajuste.
Quem ganha na aposentadoria mais que um salário mínimo tem recebido reajuste insignificante em comparação ao salário mínimo, ocasionando por exemplo a perversidade de que quem ganha cinco salários mínimos na aposentadoria vê reduzidos seus proventos, em poucos anos, para três, para dois salários mínimos, logo adiante passará a ganhar um só salário mínimo.
Vai subindo cada vez mais o valor do salário mínimo, reajustado em nível altamente compensador, enquanto que as aposentadorias maiores sofrem um arrocho que tem sido desumano.
Tanto o fator previdenciário quanto o não-acompanhamento do reajuste das aposentadorias em geral com o do salário mínimo constituem-se em perversidade do governo com os aposentados, que ficam por esses dispositivos condenados à opressão salarial ou a trabalhar por tempo excessivo ao do exigido para a contribuição.
Os aposentados brasileiros vêm sofrendo ano a ano degradação de seus ganhos, eles que já entregaram toda sua vida ao trabalho e agora precisam mais do que nunca de proventos minimamente dignos, com reajustes de índices iguais ao do salário mínimo.
O governo mesmo informou que nos últimos sete anos poupou R$ 10 bilhões graças ao fator previdenciário.
A seguridade, que compreende previdência, saúde e assistência social, é superavitária. Parte desse superávit tinha de ser destinada aos cada vez mais precários proventos dos aposentados.
Para mudar esse quadro, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou projeto no Senado Federal que acaba com o fator previdenciário e revincula os proventos dos aposentados ao índice de reajuste do salário mínimo.
Foi tanta a repercussão do esforço do senador Paim, que o projeto foi aprovado por unanimidade no Senado.
Mas o governo, que tem maioria absoluta na Câmara, onde será decidida a questão, não concorda com a mudança.
Anteontem, foi realizado em Brasília um evento que visou à mobilização dos deputados federais para essa importante questão previdenciária e social, sob a liderança do senador Paim e da deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), dois gaúchos na liderança dessa luta pela redenção das aposentadorias.
E, no próximo dia 29, esse ato pela luta contra a opressão salarial dos aposentados será realizado aqui em Porto Alegre, às 14h, no auditório da Fetag e às 18h na Esquina Democrática.
É imprescindível que os aposentados gaúchos lá compareçam, como o público em geral, para levar à frente esta luta por uma política que visa a desconstituir o empobrecimento e a inanição dos aposentados brasileiros.
*Texto publicado hoje em Zero Hora.

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