Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

MEU VOTO NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA


Prezado senador BOHN GASS:

Apreciei a sua mensagem e muito agradeço o seu contato.

Não compreendo a razão de vossa excelência com convicções tão firmes e equilibradas, nunca ter votado a favor dos aposentados, nos governos petistas, notadamente naquela análise análise de vetos, quando foi mantido o covarde veto ao reajuste dos aposentados pelo mesmo percentual do mínimo!!

Cordialmente,
  Almir Papalardo.
 
Rio Grande do Sul (RS)
Afonso HammPPPpPtbPscPhsNão
Afonso MottaPDT Sim
Alceu MoreiraPMDBPmdbPenNão
Bohn GassPT Sim
Carlos GomesPRBPrbPtnPmnPrpPsdcPtcPslPtdoBNão
Covatti FilhoPPPpPtbPscPhsNão
Darcísio PerondiPMDBPmdbPenSim
Heitor SchuchPSB Não
Henrique FontanaPT Sim
Jerônimo GoergenPPPpPtbPscPhsNão
João DerlyREDE Não
José FogaçaPMDBPmdbPenSim
Jose StédilePSB Obstrução
Luis Carlos HeinzePPPpPtbPscPhsNão
Luiz Carlos BusatoPTBPpPtbPscPhsSim
Marco MaiaPT Não
MarconPT Não
Maria do RosárioPT Sim
Mauro PereiraPMDBPmdbPenSim
Onyx LorenzoniDEM Não
Osmar TerraPMDBPmdbPenNão
Pepe VargasPT Sim
Ronaldo NogueiraPTBPpPtbPscPhsNão
Sérgio MoraesPTBPpPtbPscPhsNão
Total Rio Grande do Sul: 24   


Em Sexta-feira, 12 de Maio de 2017 15:53, Deputado Bohn Gass <bohngass@bohngass.com.br> escreveu:


Caso não esteja visualizando as imagens clique aqui
Prezada cidadã, prezado cidadão
Você nos enviou email sobre a reforma da Previdência. Agradeço a tua atenção e comunico que MEU VOTO SERÁ CONTRA a proposta do governo Temer. Minhas razões:
 
O SISTEMA NÃO É DEFICITÁRIO
 
O argumento que justificaria essa reforma é falso: o governo Temer diz que a Previdência é deficitária, mas não diz que ela faz parte de um sistema inteiro de Seguridade Social.
 
Esse sistema é sustentado por várias fontes, não apenas pelas contribuições, mas também de impostos como a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), além de valores arrecadado com loterias.
 
Somados todos esses recursos, o Sistema de Seguridade Social é superavitário.
Como não tem coragem de mexer nas outras fontes de contribuição – porque, então, teria de reduzir lucros de patrões, Temer propõe uma reforma que só exige sacrifícios dos empregados/as, dos trabalhadores/as. Isto é profundamente injusto porque penaliza justamente a parte mais fraca, a que menos ganha.
 
Este é, então, o principal argumento para meu voto contrário. Mas há outros:
 
  • o governo desconsidera que em muitas regiões brasileiras e, especialmente em algumas áreas rurais, a expectativa de vida é menor ou igual à idade mínima exigida para aposentadoria

  • o governo desconsidera que não se pode governar com uma visão meramente fiscalista, sem compreender que mecanismos como a Seguridade Especial são, também, políticas de proteção social

  • o governo desconsidera que a aposentadoria rural é a principal fonte de renda de centenas de municípios brasileiros

  • o governo desconsidera que os/as mais prejudicados/as por esta reforma serão os/as trabalhadores/as mais pobres

  • o governo desconsidera que não se pode exigir sacrifícios de quem já leva uma vida sacrificante, como trabalhadores/as rurais

  • o governo desconsidera que há outras inúmeras alternativas para melhorar a arrecadação como, por exemplo, cobrar os grandes sonegadores (cujo prejuízo é muito maior do que o alegado déficit previdenciário) e modificar renúncias fiscais de grandes empresas

  • o governo desconsidera que qualquer ajuste fiscal deve começar pelos que ganham mais e têm mais privilégios, e nunca pelos benefícios previdenciários que são fundamentais para a garantia de uma mínima dignidade humana.
 
TRABALHAR ATÉ MORRER
 
Conforme a proposta o/a trabalhador/a do campo ou da cidade precisará contribuir por 40 anos para assegurar o recebimento de 100% do benefício. Esta regra geral da reforma de Temer torna praticamente impossível a aposentadoria. Ou seja, a quase totalidade dos/das trabalhadores/as não poderá se aposentar e terá de trabalhar até morrer. E, ainda, se conseguir alcançar o benefício, muito provavelmente estará velho/a demais ou doente demais.
 
E como sou um homem público que mantém compromissos de vida com o homem e a mulher do campo, meu olhar sobre a reforma ainda aponta profundas injustiças que seriam produzidas na área rural:
 
  • a reforma vai destruir as maiores conquistas que o homem e a mulher do campo só obtiveram depois de muitos e muitos anos de luta

  • a contribuição para a Previdência, que hoje é feito pelo/a agricultor/a a partir de sua produção, passa a ser mensal e fixa. Ao governo Temer, pouco importa a realidade de grande parte dos/das agricultores/as que, hoje, não têm renda para garantir este pagamento

  • ao impor idade mínima de 65 anos para todos os trabalhadores e trabalhadoras, a reforma de Temer DESTRÓI a conquista do homem e da mulher do campo de se aposentarem aos 60 (eles) e 55 anos (elas) respectivamente. Na prática, é o fim da condição de Segurado Especial da Previdência que não é um privilégio, mas um direito justíssimo dadas as condições penosas em que esses/as trabalhadores/as exercem suas atividades. hoje o/a trabalhador/a do campo contribui para a Previdência com um percentual sobre a receita bruta de sua produção. Para ter direito à aposentadoria rural especial, precisa comprovar que atingiu a idade exigida realizando atividades no campo. Temer quer acabar com isso.

  • 78,2% dos homens e 70,2% das mulheres começam a trabalhar na atividade rural antes dos 15 anos

  • o homem do campo trabalha, em média, 46 anos e a mulher, 41 anos. Isso, para ter direito a uma aposentadoria de UM SALÁRIO MÍNIMO.

  • exatamente por terem início precoce no trabalho, e por essa atividade ser extremamente penosa, os/as aposentados/as rurais vivem menos do que os/as aposentados/as urbanos/as

  • dados do Anuário Estatístico da Previdência Social d]ao conta de que as mulheres rurais trabalham mais por que exercem dupla jornada e uma delas é altamente penosa. É por conta disso e, ainda, por não disporem de descanso remunerado obrigatório, que a condição de segurado especial não é um privilégio, mas um direito do trabalhador e da trabalhadora rural. Esse direito foi conquistado com muita luta para fazer a sociedade e os governos entenderem as diferenças do mundo do trabalho rural em relação ao urbano.
 
É bom lembrar: em 2015, quando criou novas regras para o Regime Geral da Previdência, a presidenta DILMA MANTEVE este direito. E, ainda, garantiu que o/a trabalhador/a associado/a à cooperativa agropecuária ou de crédito rural possa acessar o benefício previdenciário, o que até então não estava regulamentado em lei – ou seja, Dilma não só garantiu a condição especial como a ampliou. Então, quando você ler/ouvir a mentira de que Dilma também queria fazer a mesma reforma de Temer, diga prontamente: isso é uma mentira! 
 
O DESPREZO À DUPLA JORNADA FEMININA
Ao declarar que as mulheres terão que trabalhar o mesmo tempo que oshomens para aposentarem, a reforma ignora a dupla jornada feminina, uma maldita herança cultural (machista) que, infelizmente, é realidade no Brasil. No caso das mulheres campesinas, isso se torna mais grave, já que uma das jornadas é marcada pela penosidade e ausência de descanso remunerado.
 
E, ainda...
 
pela reforma de Temer, o valor que será pago à viúva/viúvo do beneficiário da Previdência, passa a ser de 50% do valor do recebido pelo contribuinte que morreu, com mais 10% por dependente. Assim, para receber pensão integral por morte, viúvos precisam ter, no mínimo, 5 filhos. E o adicional só vale até os filhos completarem 18 anos.
 
PARA O HOMEM E A MULHER DO CAMPO, ESTA REFORMA É A VOLTA DA ESCRAVIDÃO. É CONDENAR O TRABALHADOR E A TRABALHADORA A SEREM MISERÁVEIS A VIDA INTEIRA E TRABALHAR ATÉ MORRER. NUNCA, ANTES, NENHUM GOVERNO DO BRASIL FOI TÃO CRUEL E TÃO DESUMANO.
Atenciosamente,
 
Deputado Federal Elvino Bohn Gass (PT/RS)
 
Presidente da Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Previdência Social Rural e Secretário Nacional Agrário do PT
 

1 comentários:

Este deputado, senhor Elvino Bohn Gass, é outro petista que descambou para o lado dos aposentados. Isso é muito bom porque o PT é um mestre em fazer oposição. Se aquela análise de vetos, onde foi mantido a negativa da Dilma para que nosso aumento não fosse equiparado ao mesmo percentual de reajuste do SM, certamente, voltaríamos a ter aquela vinculação, que nunca deveria ter sido tirado dos aposentados!
Almir Papalardo.

 

Postar um comentário