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Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

CANETADA DO GOVERNO SECA CONSIGNADO, EMPURRA APOSENTADO PARA JURO MAIOR E AMEAÇA CONSUMO

DO JORNAL GAZETA DO POVO Distorções Canetada do governo seca consignado, empurra aposentado para juro maior e ameaça consumo Por Vandré Kramer 21/03/2023 12:22 36 CNPS determinou queda no juro do empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS. Resultado: crédito secou e aposentados têm de recorrer a linhas mais caras.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil Ouça este conteúdo A canetada do governo para baixar os juros do empréstimo consignado a aposentados e pensionistas do INSS, uma tentativa de reduzir na marra o custo do dinheiro no país, complicou ainda mais a situação de quem precisa de crédito. A taxa pode até estar menor, mas agora é difícil encontrar bancos dispostos a emprestar dinheiro. Pelo menos dez instituições, incluindo gigantes controladas pelo próprio governo (BB e Caixa), suspenderam a oferta de consignado do INSS, com o argumento de que o novo teto de juros torna as operações inviáveis. Resultado: aposentados e pensionistas terão de recorrer a linhas mais caras. O custo médio do crédito, em vez de diminuir, pode aumentar. O impacto pode chegar ao consumo das famílias, um importante componente do Produto Interno Bruto (PIB) que já vinha em desaceleração. Ao que tudo indica, o governo terá de recuar e alterar novamente o limite de juros, desta vez para um meio-termo entre o teto anterior e o atual. O episódio ainda provocou um "racha" no governo, com aliados fazendo cobranças públicas contra as presidentes da Caixa, Rita Serrano, e do BB, Tarciana Medeiros, e críticas indiretas ao Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad. “Este imbróglio afeta o capital político do governo”, diz a professora Carla Beni, dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV). Decisão "na base da vontade" gera distorções Além das implicações políticas, há as de natureza econômica. “Qualquer decisão arbitrária sobre preços na economia, como é o caso dos juros do crédito consignado, gera interferências. É natural que o mercado se retraia em movimentos como esse”, diz Sílvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. A economista Ariane Benedito, especialista em mercado de capitais, destaca que decisões como essa não podem ser tomadas só "na base da vontade". É preciso, segundo ela, também analisar um contexto que, no momento, não é favorável para a economia brasileira e global. “Economia é formada por ciclos de alta e de baixa e não é por isso que os problemas devem ser resolvidos na canetada”, diz. “Iniciativas como essas geram distorções relevantes no preço de produtos financeiros, produzindo efeitos contrários ao que se deseja, na medida em que tende a restringir a oferta de crédito mais barato, impactando na atividade econômica, especialmente no consumo”, destacou a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/canetada-governo-reduz-juro-consignado-inss-linha-suspensa/?utm_source=salesforce&utm_medium=emkt&utm_campaign=newsletter-politica-nacional&utm_content=politica-nacional Copyright © 2023, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.