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PLANO DE SAÚDE - MODELO ATUAL ESTÁ FALIDO, DIZ ESPECIALISTA

GAZETA DO POVO Modelo atual está falido, diz especialista Para Roque Khouri, o atual modelo de planos de saúde está falido. “Ele tem uma judicialização excessiva, um custo elevadíssimo para o consumidor e um formato engessado que também prejudica as operadoras”, afirma. Segundo dados da ANS, o prejuízo operacional acumulado pelas Operadoras de Plano de Saúde foi de R$ 18 bilhões de 2021 a 2023. Em 2023, o rombo foi de R$ 5,92 bilhões na modalidade médico-hospitalar. “O prejuízo operacional não significa que as OPS tenham tido resultado final negativo, pois as receitas financeiras são importantes para as OPS pela própria natureza do seu negócio, ou seja, elas recebem a contraprestação dos beneficiários (mensalidades) e há um intervalo de tempo até que as despesas assistenciais sejam pagas”, explica. “Mas o resultado operacional é importante para a sustentabilidade das OPS, principalmente porque a taxa de juros tende a cair e, por isso, as receitas financeiras tendem a diminuir”, acrescenta. Para ele, deve ser discutido um novo modelo que permita que os planos possam oferecer mais produtos aos consumidores, não somente o ambulatorial e o hospitalar. É necessário formatar produtos com capacidade de atender as diversas camadas de usuários nas diferentes faixas etárias”, diz.

O QUE ACONTECERIA SE PUDÉSSEMOS LEMBRAR DE ABSOLUTAMENTE TUDO?

BBC NEWS BRASIL O que aconteceria se pudéssemos lembrar de absolutamente tudo? Ilustração de cabeça com várias imagens como se fossem memóriasCRÉDITO,GETTY IMAGES Legenda da foto,Você gostaria de recordar cada detalhe da sua vida? Article information Author,Pedro Raúl Montoro Martínez, Antonio Prieto Lara e Julia Mayas Arellano Role,The Conversation* 12 agosto 2023 Lembrar de absolutamente tudo seria incrível, não é? Funes, o memorioso, pode não ter a mesma opinião. Aos 19 anos, ele bateu a cabeça com força ao andar a cavalo e, quando voltou a si, percebeu que havia adquirido o incrível talento (ou talvez a maldição) de lembrar tudo o que percebia ao seu redor. “Essas memórias não eram simples; cada imagem visual estava ligada a sensações musculares, térmicas e assim por diante. Podia reconstruir todos os sonhos, todos os entressonhos. Duas ou três vezes havia reconstruído um dia inteiro; nunca havia duvidado, mas cada reconstrução exigia um dia inteiro. No entanto, Funes não era muito capaz de pensar. Pensar é esquecer as diferenças, é generalizar, abstrair. No mundo lotado de Funes só havia detalhes, quase imediatos”. Salomão, o memorável Na realidade, Funes nunca existiu. Ao menos fora da mente prodigiosa do escritor argentino Jorge Luis Borges e do conto "Funes, o memorioso", publicado em 1942. ADVERTISEMENT Mas, por mais extraordinário que possa parecer, houve alguém muito parecido no mundo real. Pule Matérias recomendadas e continue lendo Matérias recomendadas Eclipse solar anular Tudo o que você precisa saber sobre o eclipse solar anular de 2023 Mulher bebendo água numa garrafa Mais sujo que tampa de privada? Como evitar que garrafinha d'água vire um poço de micróbios Cabeça com várias imagens sobrepostas Por que esquecer é uma função normal da memória - e quando se deve ficar preocupado Vídeo Darwin: como viagem ao Brasil influenciou a Teoria da Evolução Fim do Matérias recomendadas Estamos falando de Solomon Shereshevski, um mnemonista profissional russo que viveu em Moscou na primeira metade do século 20 e que foi estudado pelo neuropsicólogo Alexander R. Luria. Seu livro "A mente de um mnemonista" (1968) descreve exaustivamente esse caso e é considerado uma joia da literatura científica. Shereshevski conseguia lembrar com precisão longas sequências de letras, números e palavras que mostravam para ele apenas uma vez, mesmo décadas depois, e sem erros. A memória de Solomon poderia ser descrita como “fotográfica”, pois tudo que ele via, lia ou ouvia se transformava em uma memória que ele percebia claramente com o “olho” de sua mente, como se estivesse realmente vendo. Capa do livro "A mente de um mnemonista"CRÉDITO,UNIVERSIDADE DE HARVARD Legenda da foto,O livro que o neuropsicólogo soviético Alexander Luria escreveu sobre Solomon Shereshevsk Pule WhatsApp e continue lendo Logo: WhatsApp BBC Brasil No WhatsApp Agora você pode receber as notícias da BBC News Brasil no seu celular Entre no canal! Fim do WhatsApp Ele também fazia cópias das informações em formatos sensoriais diferentes do original, fenômeno conhecido como sinestesia. O próprio Salomão descreveu como se lembrava das listas de palavras: “Normalmente sinto o sabor e o peso da palavra… e não tenho mais nada o que fazer, ela se lembra de si mesma. Sinto uma coisa amanteigada escorregar pela minha mão, feita de vários pontos muito muito claros, que formigam um pouco a minha mão esquerda e já não preciso mais”. No entanto, Salomão tinha uma incapacidade de extrair o significado de textos longos, de entender os duplos sentidos de poesias, piadas ou provérbios e até de fazer raciocínios lógicos e matemáticos. Além disso, Shereshevski tinha dificuldade para lembrar rostos e vozes de outras pessoas. Podemos tirar uma conclusão desse caso: uma memória superlativa não parece implicar maior inteligência ou melhor capacidade de raciocínio lógico ou abstrato. William James, um dos pais da psicologia contemporânea, já havia apontado no final do século XIX: "Se nos lembrássemos de tudo, seríamos tão deficientes na maioria das vezes como se não lembrássemos de nada... O resultado paradoxal é que uma condição para lembrar é que devemos esquecer”. Uma enciclopédia de arrependimentos Outro caso bem conhecido parece apoiar a ideia de que uma maior capacidade de memória não necessariamente leva a uma memória melhor. Nascida em 1965, Jill Price é uma americana que consegue lembrar, com riqueza de detalhes e com a mesma intensidade emocional da primeira vez, tudo o que aconteceu em sua vida. Essa condição é conhecida como hipertimesia e envolve uma memória autobiográfica exacerbada, que se torna disfuncional e patológica. O principal problema é que Jill não controla o acesso a essas memórias, em vez disso, elas a sobrecarregam quando ela se depara com um encontro ou outras memórias vinculadas. “A maioria das pessoas considera isso uma bênção, mas eu chamo de fardo”, explica ela. "Todos os dias eu repasso toda a minha vida na minha cabeça e isso está me deixando louca." Jill PriceCRÉDITO,GETTY IMAGES Legenda da foto,Jill Price gostaria de poder esquecer algumas coisas Ela ainda consegue se lembrar de cada uma das vezes em que sua mãe lhe disse que ela estava engordando na adolescência, com o mesmo fardo emocional que sentia então. A memória dela se tornou uma enciclopédia de arrependimentos que a persegue frequentemente. O caso de Jill Price foi exaustivamente investigado pela disciplina de neuropsicologia e ela mesma escreveu um livro contando sua história. Os testes de inteligência apontaram que ela tem uma capacidade intelectual normal, embora sejam detectadas algumas deficiências no pensamento abstrato e outras funções executivas. Como podemos ver, uma memória ilimitada não nos torna mais inteligentes ou, infelizmente, mais felizes. As pessoas costumam dizer que o tempo cura tudo, mas no caso de Jill Price, os momentos ruins de sua vida estão sempre vivos em sua cabeça. Os campeões mundiais da memória Um caso bem diferente é o dos mnemonistas profissionais, aquelas pessoas que memorizam longas listas de números, palavras ou datas a uma velocidade vertiginosa em "campeonatos da memória". Por mais surpreendente que pareça, a maioria desses "prodígios" não tem uma memória qualitativamente diferente de qualquer um de nós. Na verdade, eles atingem esse grande desempenho de memória treinando várias horas por dia durante anos. A história de Joshua Foer, um jornalista seduzido pelo assunto ao fazer uma reportagem e que, um ano depois, foi proclamado vencedor do United States Memory Championship 2006, é bastante ilustrativa. Qual era o seu segredo? O treinamento maciço em regras mnemônicas, conforme descrito em seu divertido livro "Os desafios da memória". Homem olhando para tela de computadorCRÉDITO,GETTY IMAGES Legenda da foto,A memória pode ser treinada O curioso é que, além das informações específicas para as quais são treinados, esses profissionais cometem os mesmos erros de memória que os demais mortais. Eles esquecem onde estacionaram o carro ou o aniversário de um amigo como qualquer outra pessoa. Na verdade, os casos de memória fotográfica genuína são tão extraordinários que não representam um fenômeno estatisticamente relevante na população. Se lembre de esquecer Voltamos à pergunta do início: o que aconteceria se pudéssemos nos lembrar de absolutamente tudo? A pergunta é interessante porque nos permite questionar a própria natureza desse processo mental tão importante em nossas vidas. A memória não é um registro preciso e muito menos literal da realidade, nem um arquivo histórico do passado. Não é reprodutivo, mas reconstrutivo: abstrai, resume, esquematiza, constrói e generaliza a partir do momento em que a informação é adquirida. Assim que lemos ou ouvimos um texto, esquecemos muito das palavras reais que foram usadas. É assim que destilamos a essência da mensagem, o nuclear, o simbólico, o interessante. Ilustração de cabeça em formato de árvore sendo desmatadaCRÉDITO,GETTY IMAGES Legenda da foto,Esquecer é tão importante quanto se recordar, apontam especialistas A memória se desvincula dos detalhes, se torna abstrata, se torna semântica desde o início de sua obra. Essa é a maneira pela qual uma memória saudável e ativa se adapta às demandas de um ambiente em mudança. A memória fotográfica, nos pouquíssimos casos descritos pela ciência, pode ser considerada uma aberração, por excesso, da memória. Ou melhor, uma aberração do esquecimento. Porque esquecer, apesar de sua má impressão, é tão necessário quanto recordar para permitir que a memória use as informações do passado de forma adaptativa para viver no presente e antecipar o futuro. Então agora você já sabe: nunca esqueça de lembrar de esquecer. *Pedro Raúl Montoro Martínez e Julia Mayas Arellano são professores titulares e Antonio Prieto Lara é professor assistente PhD no Departamento de Psicologia Básica da Universidade Nacional de Educação a Distância (UNED) em Madrid, na Espanha Este artigo foi publicado originalmente no The Conversation e foi compartilhado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia o texto original aqui.

STF JULGA SE PLANOS DE SAÚDE PODEM AUMENTAR MENSALIDADE DE IDOSOS

STF julga se planos de saúde podem aumentar mensalidade de idosos GAZETA DO POVO Julgamento contrapõe idoso e operadora de saúde O caso concreto a ser julgado pelo STF é um recurso da Cooperativa de Serviços de Saúde dos Vales do Taquari e Rio Pardo (Unimed) à decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS), que considerou abusivo o reajuste do plano de saúde em razão da mudança da faixa etária. Para o plano de saúde, o Estatuto do Idoso não poderia ser aplicado, já que o contrato foi firmado antes da vigência da norma. O julgamento estava suspenso desde junho de 2020. Na época, a relatora – ministra Rosa Weber, hoje aposentada – votou pela aplicação do estatuto, impedindo o reajuste da mensalidade quando o consumidor completa 60 anos. O voto foi acompanhado pelos ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, além de Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, estes dois últimos já aposentados. Divergiram da relatora os ministros Marco Aurélio Mello, também aposentado, e Dias Toffoli. Ambos consideraram inconstitucional a aplicação do estatuto nesse caso. Com o placar de 4 a 2, o caso foi levado ao plenário físico a pedido do ministro Gilmar Mendes. Os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux se declararam impedidos e não vão participar do julgamento. Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/stf-julga-se-planos-de-saude-podem-aumentar-mensalidade-de-idosos/?utm_source=salesforce&utm_medium=emkt&utm_campaign=newsletter-economia&utm_content=economia Copyright © 2024, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados. Especialistas acreditam na proteção ao idoso Para os especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, a tendência é de que o plenário leve em consideração a proteção dos direitos constitucionais. Solange de Campos, do escritório Carvalho & César Advogados Associados, diz que a questão está diretamente relacionada com a preservação de direitos fundamentais à vida e à saúde, previstos na Constituição. “Qualquer contrato que não respeite esses direitos deve ser considerado abusivo. E, por óbvio, os contratos de planos de saúde visam, acima de tudo, o lucro das empresas, mitigando todos os princípios constitucionais básicos”, afirma. Para Cardoso, o espírito da legislação é proteger duplamente o idoso. “Ela entende que o idoso é vulnerável como consumidor e pela idade”, afirma Cardoso. “Considerando ainda os números estratosféricos de lucro que os planos de saúde têm hoje, entendo que seria razoável pensar em uma decisão favorável." Paulo Roque Khouri, especialista em Direito do Consumidor, concorda que a probabilidade maior é que os planos, mesmo anteriores ao estatuto, não sejam autorizados a reajustar além das regras estabelecidas pela lei de 2003. Mas isso, segundo ele, não deve resolver o problema para essa faixa da população. “O idoso hoje não tem oferta de planos. Os individuais são altíssimos, inacessíveis para a grande maioria. Por isso, praticamente não existem mais”, pondera. “Por outro lado, o modelo dos planos coletivos acaba reajustando os valores bem acima do que as pessoas podem pagar.” Reajustes são foco de contestação Cardoso lembra que os contratos antigos não são o único objeto de pendengas judiciais envolvendo os planos de saúde. Os reajustes, sobretudo em contratos coletivos atuais, são temas constantes de judicialização. Atualmente, os planos individuais têm reajustes anuais balizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Este ano o índice autorizado foi de 6,91%. Mas os planos coletivos (por adesão ou empresariais) não estão sujeitos a esse limite. Seus reajustes dependem do contrato firmado entre o consumidor e a operadora de saúde. Portanto, podem ser maiores que os estabelecidos pela ANS para os planos individuais. Por isso, parte dos consumidores acaba mudando de plano todo ano, em busca de opções mais baratas, ou recorrendo à Justiça. “Há situações em que os reajustes são desarrazoáveis”, diz Cardoso. “Por isso é fundamental estar atento às cláusulas do contrato, que nem sempre são claras.”