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PORTO ALEGRE ALERTA - MACEIÓ, O PARAÍSO DAS ÁGUAS

PORTO ALEGRE ALERTA MACEIÓ, O PARAISO DAS ÁGUAS. LUIZ FERREIRA DA SILVA, 87 luizferreira1937@gmail.com Engenheiro Agrônomo e Escritor, Pesquisador aposentado da CEPLAC. Maceió é marcada pela presença de diversos rios, lagoas e lagos que contribuem para a paisagem natural da região. Neste contexto hidrográfico, sobressai o Rio Mundaú que desagua na lagoa do mesmo nome, formando paisagens cênicas ecológicas. A foto mostra a cidade ao fundo vendo o mar abraçar a lagoa, sentindo a necessidade de se “enturmar” com vista à própria sobrevivência. Trata-se, pois, de uma Cidade privilegiada por sua hidrografia, cujos “nichos” contribuem para a sua beleza natural, além de desempenharem um papel importante na preservação do meio ambiente e no fornecimento de espaços de lazer para os habitantes e visitantes da região. Três cenários ambientas se destacam no seu entorno: 1. A mata atlântica erguida sobre os solos de tabuleiros que distava a uns 3 km em linha reta da planície de inundação construída pelo mar; 2. O mar com seus arrecifes formando praias calmas e caracterizado pela cor de suas águas; e 3. O complexo lagunar, interagido nesse contexto ambiental, de ictiologia rica, sobressaindo o famoso sururu, molusco bivalve, alimento e provedor de rendas dos pobres da sua margem. *. Pois bem, o que o Homem vem fazendo nesses últimos 50 anos? A expansão urbana destruiu a mata no primeiro patamar e, mais ao fundo, a cana- de-açúcar destruiu grande parte, não respeitando as áreas ribeirinhas e nem a topografia declivosa. Espécies de plantas e de animais extintos, num atentado à mãe Natureza. *. Por outro lado, falta de esgoto sanitário e a ação do Homem sem educação ambiental, descartando o lixo onde bem lhe aprouver, têm maculado a natureza marinha, poluindo as praias, antes encantadoras. E não esquecer a especulação imobiliária. Um exemplo, a bela praia da Ponta Verde. A ganância imobiliária tomou parte da praia, reduzindo a pista de rolamento com a edificação de prédios a uma distância mínima do mar. Essa primeira faixa urbana começaria mais adiante, na atual segunda quadra. Assim, a planície arenosa seria alargada e o mar continuaria seu trabalho constante de levar e trazer, de subir e descer, num processo normal ecológico. Ao invés da atual avenida litorânea, estreita e já com tráfego complicado, seria bem espaçosa, com duas pistas de cada lado e um canteiro central arborizado com espécies das restingas. Uma beleza cênica sem igual. Como o mar resgata tudo aquilo que lhe pertence, não por mandado judicial, mas por decisão da Mãe Natureza, de vez em quando avança e o Homem tenta conter sua força erosiva com imensos blocos de cimentos. Até quando e a que custo? *. E nesta inconsequência ecossistêmica, as lagoas não escaparam. Uma das paisagens mais bonitas do Nordeste é o complexo lagunar de Alagoas, sobretudo da Capital, Maceió, de influência marinha, não só pela beleza cênica, como pela riqueza e diversidade biológica. Os problemas das lagoas se resumem no assoreamento e na descarga de dejetos (urbanos e industriais), que são efeitos, cujas causas são o desmatamento dos divisores de água contíguos ao espelho d'água, a eliminação da vegetação ciliar e das vertentes dos grandes rios, acarretando modificações no perfil de equilíbrio do manancial hídrico, com diversas consequências ambientais (físicas e biológicas) e poluição advinda do lixo, dos esgotos e dos resíduos industriais. Então, prezado leitor, Maceió se assenta ao nível do mar conectado com as lagoas, onde desenvolveram os bairros de elevado grau social, econômico e cultural – Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Mangabeiras – em terrenos antigos das restingas, com lençol freático a poucos metros da superfície. Essa configuração “eco-geográfica”, a torna vulnerável às alterações do complexo hidrológico, discriminado anteriormente, que, à medida que o Homem agride à Natureza, pode provocar uma catástrofe, pois ela não perdoa àqueles que não respeitam as suas leis. E, como sabemos, o” bicho-homem” é o único animal capaz de destruir a sua própria espécie, mercê da ganância imediatista e da sua insensibilidade aos apelos da Mãe Natureza. É importante um lembrete mais, sobretudo às grandes metrópoles, a exemplo de São Paulo. Imagine, por hipótese, ruas contínuas asfaltadas cobrindo uma área de 10.000 km quadrados, sobre a qual cai uma chuva de 100 mm. Ou seja, 1 bilhão de litros que deveriam alimentar os canais hídricos subterrâneos e recarregar os rios, mas seguem um outro caminho, o da destruição. Não haverá “bocas de lobo” e nem piscinões que deem jeito. E esse outro, presentemente, que continua batendo em nossa cara maceioense, que merece letras maiúsculas: O MAU EXEMPLO DA “BRASKEM”, UM CRIME ECOLÓGICO SEM PRECEDENTES NO MUNDO, FRUTO DA GANÂNCIA NA EXPLORAÇÃO DESCOMEDIDA DE UM BEM DA NATUREZA, TANTAS VEZES DENUNCIADA PELO DR. ABEL GALINDO, PROFISSIONAL DE RENOME, INCLUINDO A

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