PORTO ALEGRE ALERTA - MACEIÓ, O PARAÍSO DAS ÁGUAS
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Aposentados em Alerta
às
18:48
PORTO ALEGRE ALERTA
MACEIÓ, O PARAISO DAS ÁGUAS.
LUIZ FERREIRA DA SILVA, 87
luizferreira1937@gmail.com
Engenheiro Agrônomo e Escritor, Pesquisador aposentado da CEPLAC.
Maceió é marcada pela presença de diversos rios, lagoas e lagos que
contribuem para a paisagem natural da região. Neste contexto hidrográfico,
sobressai o Rio Mundaú que desagua na lagoa do mesmo nome, formando
paisagens cênicas ecológicas. A foto mostra a cidade ao fundo vendo o mar
abraçar a lagoa, sentindo a necessidade de se “enturmar” com vista à própria
sobrevivência.
Trata-se, pois, de uma Cidade privilegiada por sua hidrografia, cujos
“nichos” contribuem para a sua beleza natural, além de desempenharem um
papel importante na preservação do meio ambiente e no fornecimento de
espaços de lazer para os habitantes e visitantes da região.
Três cenários ambientas se destacam no seu entorno:
1. A mata atlântica erguida sobre os solos de tabuleiros que distava a uns
3 km em linha reta da planície de inundação construída pelo mar;
2. O mar com seus arrecifes formando praias calmas e caracterizado
pela cor de suas águas; e
3. O complexo lagunar, interagido nesse contexto ambiental, de ictiologia
rica, sobressaindo o famoso sururu, molusco bivalve, alimento e
provedor de rendas dos pobres da sua margem.
*. Pois bem, o que o Homem vem fazendo nesses últimos 50 anos? A
expansão urbana destruiu a mata no primeiro patamar e, mais ao fundo, a cana-
de-açúcar destruiu grande parte, não respeitando as áreas ribeirinhas e nem a
topografia declivosa. Espécies de plantas e de animais extintos, num atentado à
mãe Natureza.
*. Por outro lado, falta de esgoto sanitário e a ação do Homem sem
educação ambiental, descartando o lixo onde bem lhe aprouver, têm maculado
a natureza marinha, poluindo as praias, antes encantadoras. E não esquecer a
especulação imobiliária. Um exemplo, a bela praia da Ponta Verde. A ganância
imobiliária tomou parte da praia, reduzindo a pista de rolamento com a edificação
de prédios a uma distância mínima do mar. Essa primeira faixa urbana
começaria mais adiante, na atual segunda quadra. Assim, a planície arenosa
seria alargada e o mar continuaria seu trabalho constante de levar e trazer, de
subir e descer, num processo normal ecológico. Ao invés da atual avenida
litorânea, estreita e já com tráfego complicado, seria bem espaçosa, com duas
pistas de cada lado e um canteiro central arborizado com espécies das restingas.
Uma beleza cênica sem igual.
Como o mar resgata tudo aquilo que lhe pertence, não por mandado
judicial, mas por decisão da Mãe Natureza, de vez em quando avança e o
Homem tenta conter sua força erosiva com imensos blocos de cimentos. Até
quando e a que custo?
*. E nesta inconsequência ecossistêmica, as lagoas não escaparam. Uma
das paisagens mais bonitas do Nordeste é o complexo lagunar de Alagoas,
sobretudo da Capital, Maceió, de influência marinha, não só pela beleza cênica,
como pela riqueza e diversidade biológica. Os problemas das lagoas se
resumem no assoreamento e na descarga de dejetos (urbanos e industriais), que
são efeitos, cujas causas são o desmatamento dos divisores de água contíguos
ao espelho d'água, a eliminação da vegetação ciliar e das vertentes dos grandes
rios, acarretando modificações no perfil de equilíbrio do manancial hídrico, com
diversas consequências ambientais (físicas e biológicas) e poluição advinda do
lixo, dos esgotos e dos resíduos industriais.
Então, prezado leitor, Maceió se assenta ao nível do mar conectado com
as lagoas, onde desenvolveram os bairros de elevado grau social, econômico e
cultural – Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca, Mangabeiras – em terrenos antigos
das restingas, com lençol freático a poucos metros da superfície.
Essa configuração “eco-geográfica”, a torna vulnerável às alterações do
complexo hidrológico, discriminado anteriormente, que, à medida que o Homem
agride à Natureza, pode provocar uma catástrofe, pois ela não perdoa àqueles
que não respeitam as suas leis.
E, como sabemos, o” bicho-homem” é o único animal capaz de destruir a
sua própria espécie, mercê da ganância imediatista e da sua insensibilidade aos
apelos da Mãe Natureza.
É importante um lembrete mais, sobretudo às grandes metrópoles, a
exemplo de São Paulo. Imagine, por hipótese, ruas contínuas asfaltadas
cobrindo uma área de 10.000 km quadrados, sobre a qual cai uma chuva de 100
mm. Ou seja, 1 bilhão de litros que deveriam alimentar os canais hídricos
subterrâneos e recarregar os rios, mas seguem um outro caminho, o da
destruição. Não haverá “bocas de lobo” e nem piscinões que deem jeito.
E esse outro, presentemente, que continua batendo em nossa cara
maceioense, que merece letras maiúsculas:
O MAU EXEMPLO DA “BRASKEM”, UM CRIME ECOLÓGICO SEM
PRECEDENTES NO MUNDO, FRUTO DA GANÂNCIA NA EXPLORAÇÃO
DESCOMEDIDA DE UM BEM DA NATUREZA, TANTAS VEZES DENUNCIADA
PELO DR. ABEL GALINDO, PROFISSIONAL DE RENOME, INCLUINDO A
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