Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

O TESTEMUNHO DAS OBRAS E DAS VIDAS DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS

domingo, 30 de janeiro de 2011

Profeta, no antigo testamento, era aquele que, pela palavra inspirada e por delegação divina, revelava e anunciava acontecimentos futuros preservados pelos arcanos da divina sabedoria.


No tempo presente, nós não mais profetizamos. Apenas confirmamos com nossas vidas de perseguidos e injustiçados tudo aquilo que foi previsto e anunciado por aqueles que nos antecederam, entre eles, Rui Barbosa que, a mais de cem anos concluiu seus dias lamentando a perda do estimulo de ser honesto. Com este único desabafo ele concluiu sua oração aos jovens diplomandos em direito da Universidade de São Paulo que o ouviram como a um profeta. Nós, aposentados e pensionistas do presente, ainda vivemos como testemunhas e objetos de todas estas injustiças e violações de direitos, antes anunciados como profecias, mas agora carimbados com selos de legalidade por aqueles que arrebataram o poder sob as aparências e o amparo das mais atrevidas e ousadas ilegalidades.


No dia primeiro de janeiro de 2011 as cerimônias de transmissão do poder se realizaram, o tempo todo que duraram, com os céus de Brasília, em lágrimas e com o Pavilhão Nacional encolhido, chocado com tudo aquilo que era obrigado a presenciar sendo realizado em seu nome. O clima era de tristeza e a sensação a de um velório, do sepultamento de nossas esperanças. Como os discípulos de Emaús, nós esperávamos que tudo ocorresse de maneira diferente. É que, quase sempre somos imediatistas e custamos para entender que Deus caminha ao nosso lado e que, no momento exato, partirá aos nossos olhos, o pão da verdade e nos provará que, os últimos serão os primeiros e que a ressurreição espancará, para sempre, a morte. Temos ainda que caminhar mais um pouco pelos trilhos estreitos das incertezas até desembocarmos na estrada larga, de muitas pistas, todas a nos apontarem para Betânia, onde ficarão para traz as carcaças das injustiças bem como as forças que silenciaram para sempre, os traidores das trinta moedas, os Judas da atualidade que tentam negociar nossas aposentadorias para garantirem os recursos necessários à realização da cruz e do calvário dos aposentados. Somente uma atitude se nos impõe: a da constância, a da união e a da solidariedade ao ideal que nos congrega.


Nós, da geração presente, não lutamos apenas por nós, mas por todos os que Ele, o senhor das bem aventuranças, nos agregou como nossos próximos e como filhos de Deus, herdeiros da verdade e do BEM. O ser mais egoísta do mundo é satanás e, todo aquele que se entrega a esta prática, a mais estéril e infeliz do egoísmo, mais se identifica com a figura de seu protagonista. A felonia, a traição, a falcatrua, tudo para ele é bom, desde que favoreça a seus objetivos pessoais. Sentindo aproximar-se o fim de seus dias, o egoísta assiste, com pavor, a demolição inexorável de seu ídolo. Do ponto de vista social, o egoísmo é a raiz amarga de todos os males que afligem a humanidade. Não é moralismo inócuo pregar o ódio ao egoísmo porque é ele que contamina todas as estruturas sociais, esteriliza todas as reformas e neutraliza os efeitos de qualquer esforço de planejamento racional. A grande tarefa dos cidadãos conscientes e a enorme responsabilidade dos governantes consiste em coibir o egoísmo, em descobrir a nobreza dos ideais altruístas e polarizar para eles o próprio sentido da vida.


O aposentado, o trabalhador, em geral é, antes de tudo, um ALTRUISTA, um semeador de grãos sadios no solo fecundo que produz amor e solidariedade, vida e esperança em dias melhores.


É assim que, meus inseparáveis amigos, continuaremos marchando e rezando.


Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil, querido símbolo da terra do Brasil.


José Cândido de Castro
Professor
Janeiro de 2011.


Brasil Dignidade


Movimento Dignidade aos Aposentados e Trabalhadores do Brasil

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