TERRA PROMETIDA
PF COMBATE FRAUDES DE R$ 2 MILHÕES EM
APOSENTADORIAS RURAIS, EM ALAGOAS
PREVIDÊNCIA PAGARIA R$ 3 MILHÕES A FALSOS
TRABALHADORES RURAIS
Publicado: 12 de março de 2018 às
12:21 - Atualizado às 12:32
Redação
Uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) com a
Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda e o Ministério Público
Federal (MPF), deflagrou na manhã desta segunda-feira (12) a Operação Terra
Prometida, que prendeu três integrantes de uma quadrilha especializada que
fraudou pelo menos R$ 2 milhões em benefícios de aposentadorias por idade
rurais, pensões por morte rurais e salários maternidade rurais, em Alagoas.
Cerca de 80 policiais federais e servidores da Secretaria de Previdência
estiveram nos municípios de Delmiro Gouveia, Água Branca e Canapi, no Sertão de
Alagoas, para cumprir 24 mandados judiciais, sendo três de prisões temporárias
e 21 de busca e apreensão. O esquema teria a participação de servidores da
Previdência Social de Delmiro Gouveia, que foram presos com mais um
atravessador do esquema. E dirigentes sindicais também devem ser indiciados.
As investigações iniciaram em 2016, a partir de denúncias recebidas pela
Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária (COINP) da Secretaria de
Previdência, que realizou levantamento das irregularidades desde o ano de 2012.
Identificou-se que o grupo criminoso vinha atuando há pelo menos cinco
anos.
Segundos levantamentos iniciais, estima-se que, em 21 benefícios obtidos
fraudulentamente, o esquema criminoso tenha provocado um prejuízo de R$ 600 mil
aos cofres públicos. No entanto, os valores podem atingir a cifra de mais de R$
2 milhões, após análise do material que está sendo apreendido neste momento.
ECONOMIA DE R$ 3 MILHÕES
A desarticulação da quadrilha proporcionará uma economia de mais de R$ 3
milhões, em valores que seriam pagos futuramente aos supostos beneficiários. O
esquema dividia o dinheiro da fraude entre os integrantes da quadrilha e
destinava uma parte do benefício para os falsos trabalhadores rurais.
O destino dos presos foi a sede da Superintendência Regional da Polícia
Federal, em Maceió-AL, onde serão indiciadas pela prática dos crimes previstos
nos Artigos 171, § 3º (estelionato cometido contra entidade de direito público.
Pena: 1 a 5 anos de reclusão), 313-A (Inserção de dados falsos no sistema de
informações - Pena: 2 a 6 anos de reclusão) e 288 do código penal (Formação de
quadrilha. Pena: 1 a 3 anos de reclusão) cujas penas somadas chegam a 14 anos
de reclusão.
A Operação foi denominada "Terra Prometida" em alusão aos
dirigentes sindicais e intermediários que prometiam contratos de comodato rural
e declaração de atividade rurícola para pessoas que nunca laboraram nas
propriedades informadas nos referidos documentos, em troca de favorecer os
mesmos com benefícios rurais.
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