Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

APOSENTADORIAS DEGRADADAS


Almir Papalardo
Revendo meus arquivos deparei com a seguinte matéria que abaixo transcrevo para conhecimento dos cidadãos brasileiros! Deu-me saudades ao apreciar uma das matérias mais humanas que já vi, mais verdadeira e corajosa, escrita por um competente Redator, audacioso, sincero, amigo da verdade a todo custo, não hesitando em denunciar a maldade que em mais de duas décadas os poderosos aplicam nos desgastados e indefesos aposentados. Não se vê mais Redatores como aquele!! Os que hoje grassam nas colunas informativas do país, são incapazes de defender os velhos aposentados, nunca se interessando em publicar artigos favoráveis aos segurados do INSS, porque, estes, sem representatividade política, sem brilho, incapazes de dar mídia, alvo que os holofotes não querem focalizar, não merecem à mínima atenção! Os atuais formadores de opinião, são todos uns hipócritas e insensíveis! Paulo Santana deve estar no céu, sentado ao lado de Deus Todo Poderoso, lamentando a falta de visão dos mais notáveis e populares redatores aqui da Terra! ...Por fora bela viola, por dentro pão bolorento...
   Almir Papalardo.      


Aposentadorias degradadas

16 de maio de 200844
Acontece o seguinte: no governo Fernando Henrique Cardoso, foi instituído o fator previdenciário.
Trata-se de um mecanismo que determina um corte de até 40% nas aposentadorias dos trabalhadores, conforme a idade do cidadão, mesmo que ele já tenha cumprido todo o tempo de contribuição.
O corte varia de acordo com a idade de quem se aposenta (menos idade, maior o corte). Os mais penalizados são aqueles que começaram a trabalhar mais jovens, que cumprem o tempo de contribuição mas têm de continuar a trabalhar para não sofrerem o corte.
Outra herança trágica para o trabalhador instituída no governo Fernando Henrique Cardoso foi a desvinculação do reajuste de todas as aposentadorias com o reajuste do salário mínimo. Por essa separação, os governos Fernando Henrique e Lula jactam-se de concederem reajustes consideráveis no salário mínimo, mas não atribuem às outras aposentadorias com valor superior ao salário mínimo o mesmo índice de reajuste.
Quem ganha na aposentadoria mais que um salário mínimo tem recebido reajuste insignificante em comparação ao salário mínimo, ocasionando por exemplo a perversidade de que quem ganha cinco salários mínimos na aposentadoria vê reduzidos seus proventos, em poucos anos, para três, para dois salários mínimos, logo adiante passará a ganhar um só salário mínimo.
Vai subindo cada vez mais o valor do salário mínimo, reajustado em nível altamente compensador, enquanto que as aposentadorias maiores sofrem um arrocho que tem sido desumano.
Tanto o fator previdenciário quanto o não-acompanhamento do reajuste das aposentadorias em geral com o do salário mínimo constituem-se em perversidade do governo com os aposentados, que ficam por esses dispositivos condenados à opressão salarial ou a trabalhar por tempo excessivo ao do exigido para a contribuição.
Os aposentados brasileiros vêm sofrendo ano a ano degradação de seus ganhos, eles que já entregaram toda sua vida ao trabalho e agora precisam mais do que nunca de proventos minimamente dignos, com reajustes de índices iguais ao do salário mínimo.
O governo mesmo informou que nos últimos sete anos poupou R$ 10 bilhões graças ao fator previdenciário.
A seguridade, que compreende previdência, saúde e assistência social, é superavitária. Parte desse superávit tinha de ser destinada aos cada vez mais precários proventos dos aposentados.
Para mudar esse quadro, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou projeto no Senado Federal que acaba com o fator previdenciário e revincula os proventos dos aposentados ao índice de reajuste do salário mínimo.
Foi tanta a repercussão do esforço do senador Paim, que o projeto foi aprovado por unanimidade no Senado.
Mas o governo, que tem maioria absoluta na Câmara, onde será decidida a questão, não concorda com a mudança.
Anteontem, foi realizado em Brasília um evento que visou à mobilização dos deputados federais para essa importante questão previdenciária e social, sob a liderança do senador Paim e da deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), dois gaúchos na liderança dessa luta pela redenção das aposentadorias.
E, no próximo dia 29, esse ato pela luta contra a opressão salarial dos aposentados será realizado aqui em Porto Alegre, às 14h, no auditório da Fetag e às 18h na Esquina Democrática.
É imprescindível que os aposentados gaúchos lá compareçam, como o público em geral, para levar à frente esta luta por uma política que visa a desconstituir o empobrecimento e a inanição dos aposentados brasileiros.
*Texto publicado hoje em Zero Hora.
Postado por Sant`Ana

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