Dimenstein: um ótimo e
sério jornalista a favor do governo Bolsonaro
É bom ter
jornalistas sérios que nos fazem pensar --até para reafirmamos com mais
convicção o que achamos
28/08/2019
- 20:37Atualizado: 29/08/2019 - 7:00
Por: Gilberto
Dimenstein Comunicar erro
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Quando vemos a qualidade de muitos jornalistas e comunicadores que
defendem o governo Bolsonaro, notamos uma galeria de amadores, despreparados,
oportunistas, mentirosos, histéricos e picaretas.
Muitos deles, apenas milicianos.
Não é o caso de José Roberto Guzzo –uma carreira cheia de conquistas. O
ápice da Veja está associado ao seu talento.
A excepcional qualidade de Exame se deve, em parte, a Guzzo.
Crédito: ReproduçãoO jornalista José Roberto Guzzo
Não é de modismos. Pensa o que diz, sem medo de ficar sozinho.
Aliás, discordo de muitos de seus artigos e, em alguns casos, detesto
suas posições.
Mas como ele tem repertório cultural, as ideias estão encadeadas e me
fazem ter que pensar para desconstruir. Ou, do contrário, me render.
Daí que resolvi publicar esse artigo que, apesar de eu discordar em
muitos pontos, merece ser lido para provocar reflexão.
É bom ter jornalistas sérios que nos fazem pensar –até para reafirmamos
com mais convicção o que achamos.
O título do artigo: O Brasil já é um país diferente.
O presidente da República pode ser ruim, ou muito ruim, conforme a
definição que deixar o leitor mais confortável. Também pode ser bom, caso se
leve em conta a opinião dos que acham que ele está sempre certo. Na verdade,
para simplificar a conversa, o presidente pode ser o que você quiser.
Mas os fatos que podem ser verificados na prática estão dizendo que seu
governo, depois dos primeiros sete meses, é bom — ou, mais exatamente, o
programa de governo é bom, possivelmente muito bom. Esqueça um pouco o Jair
Bolsonaro que aparece em primeiríssimo plano no noticiário, todo santo dia, em
geral falando coisas que deixam a maioria dos comunicadores deste país em
estado de ansiedade extrema.
Em vez disso, tente prestar atenção no que acontece. O que acontece,
seja lá o que você acha de Bolsonaro, é que seu governo está conseguindo
resultados concretos. Mais: é um governo que tem planos, e tem a capacidade
real de executar esses planos. Enfim, é um governo que tem uma equipe muita boa
fazendo o trabalho que lhe cabe fazer.
O ministro Paulo Guedes tem um plano, e seu plano está sendo
transformado em realidades — a começar pela aprovação de uma reforma da
Previdência que todos os cérebros econômicos do Brasil julgavam, até outro dia,
ser uma impossibilidade científica.
A reforma tributária virá; seja qual for sua forma final, ela deixará um
país melhor. Uma bateria de outras mudanças, basicamente centradas no avanço da
liberdade econômica e na faxina administrativa para melhorar a vida de quem
produz, está a caminho — diversas delas, por sinal, já foram feitas e estão
começando a funcionar. Guedes é um ministro de competência comprovada, e sua
equipe, que ele deixa em paz para trabalhar, tem qualidade de país
desenvolvido.
É bobagem, simplesmente, apostar contra ele. Os ministros Tarcísio de
Freitas, da Infraestrutura, Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e Tereza
Cristina, da Agricultura, são craques indiscutíveis — e estão mudando, em
silêncio, o sistema nervoso central das estruturas de produção do país.
Há mais. O ministro Sergio Moro, que seria destruído numa explosão
nuclear, está mais vivo do que nunca. Há todo um novo ambiente, voltado para as
realidades e para a produção de resultados, em estatais como a Petrobras ou a
Caixa Econômica Federal, a Eletrobras ou o BNDES.
As mudanças, aí e em muitos outros pontos-chave do Estado nacional,
estão colocando o Brasil numa estrada oposta à que vem sendo seguida desde 2003
— e é claro que a soma de todos esses esforços, por parciais, imperfeitos e
deficientes que sejam, vai criar um país diferente. Os avanços são pouco
registrados na mídia? São. O governo comete erros, frequentemente grosseiros?
Comete.
Suas propostas sofrem deformações, amputações e alterações para pior?
Sofrem. O presidente é uma máquina de produzir atritos, problemas de conduta e
confusões inúteis? É. Mas nada disso tem impedido, não de verdade, que o
governo esteja conseguindo obter a maioria das coisas que quer. Já conseguiu
uma porção delas em seus primeiros sete meses. Não há fatos mostrando que vá
parar de conseguir nos próximos três anos e meio.
O governo Bolsonaro é ruim? De novo, dê a resposta que lhe parecer
melhor. Mas sempre vale a pena lembrar que a maioria das coisas só é ruim ou
boa em comparação com outras da mesma natureza. O atual governo seria pior que
o de Dilma Rousseff ou de Lula? E comparando com o de Fernando Collor, então,
ou o de José Sarney? Eis aí o problema real para quem não gosta do Brasil do
jeito que ele está — o governo Bolsonaro não vai ser um desastre.
A possibilidade de repetir o que houve nos períodos citados acima é
igual a zero. Impeachment? Sonhar sempre dá. Mas onde arrumar três quintos
contra Bolsonaro no Congresso? Na última vez que a Câmara votou uma questão
essencial, a reforma da Previdência, deu 74% dos votos para o governo. Melhor
pensar em outra coisa — ou aceitar o fato de que o homem vai estar aí pelo
menos até 2022.
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