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Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

VARIG BRIEFING



          VARIG BRIEFING

O artigo publicado por mim, A CPI da Varig e a psicanálise, na passada quinta feira 22 de fevereiro, após ter participado da CPI em questão, não tem a pretensão de ser um mero texto como tantos outros que publiquei.

Ele vai mais longe. É um alerta a todos os aproximadamente 18.000 ex-funcionários que passam por um caos jamais imaginado em seu passado laboral, mas agora, em suas vidas presentes.

Desse total, aproximadamente oito mil são aposentados e beneficiários do Aerus, com idades entre 70 e 90 anos estando sob uma tutela e aguardando que a DT, ou ACP, enfim traga um ponto final melhor às suas vidas. Eu sou um deles. Os outros, por volta de dez mil, ou a maioria, aguardam desesperadamente por uma solução que se arrasta para eles há quase doze anos, ou desde o fechamento da empresa.

Mas, não é exatamente isso que observo quando por exemplo olho atentamente e vejo um número irrisório de participantes a um evento tão importante como esta CPI.
Não contei. Mas acho que havia entre 30 e 40 participantes, o que não é nada para uma CPI e pior, manda um  péssimo recado aos coordenadores desta mesma CPI, de que o interesse é muito baixo ao trabalho por eles elaborado.

Se por um lado a instauração de uma CPI, é uma bela vitória de um pequeno grupo na busca por soluções, não consigo ver a grande maioria desse grupo engajada nessa luta por uma vida decente.

Presenciei como escrevi, fatos que jamais passaram por minha cabeça mas que começaram a chamar demais a minha atenção, como por exemplo a postura e as frases desconexas nas respostas dos convocados, nas duas oitivas que presenciei. Esperava coisa melhor, não rusticidade.

No desenrolar desta última, comecei a pensar nas dezenas de vezes em que fui chamado a prestar exames psicotécnicos na Varig ou na Aeronáutica, por exemplo. Fui avaliado psicologicamente ao longo de trinta e dois anos, porque a empresa e o órgão público queriam saber se eu tinha capacidade para o cargo, se reunia capacidade de liderança dentro de um determinado grupo etc. Afinal uma grande empresa não pode prescindir de dados tão importantes, porque  funcionários são o coração pulsante de uma empresa.

E aí também fiquei pensando como uma grande empresa chamada Brasil, não prestou atenção nesse detalhe aparentemente fútil, antes de votar, nos perfis sociopatas de presidentes desde o ano de 1990 até aos dias de hoje. Foram três os sociopatas, sendo dois afastados com impeachment e um semi analfabeto, considerado o maior criminoso oficial do país.  Isto, num período de apenas 28 anos e, no entanto, teria sido perfeitamente exequível ter se observado esse transtorno de personalidade nos três supra citados. E a resposta está aí para quem quiser ver ou sentir, um país exuberante mas criminosamente largado à sua própria sorte, por psicopatas travestidos de políticos.

Só que agora não temos mais tempo nem idade e nós estamos correndo atrás do que é nosso. Do que nos foi roubado por esses psicopatas, e mais do que nunca, faz-se necessário que se preste muita atenção no modo como esses operadores se comportam no dia a dia, como se portam em uma audiência, se demonstram capacidade ou desconhecimento, se são técnicos ou aproveitadores de ocasião, se tem viés sociopata, enfim estamos falando de pessoas que tem a responsabilidade sobre quantias imensas de dinheiro e vidas, principalmente vidas. Isso é muito sério. Faz-se necessário que se observe se essas pessoas tem um perfil psicossocial adequado para a função, até para que isso possa ser inclusive questionado em uma mesa de negociação de um acordo. Acreditem, pois podemos levar um estudo pormenorizado em provas, com filmes e gravações em uma Assembleia Legislativa. Não é pouco!

Foi o que observei, levado a esse ponto, fora dos parâmetros de um interrogatório técnico, pelas respostas absurdas, fora do contexto e posturas pessoais inadequadas. Isso é mais do que muito sério.

O alerta que quis transmitir, na realidade são dois; O primeiro é o de que compareçam em maior número possível, antes que se instale o desinteresse por aqueles que provocam os assuntos e detém o poder para o fazer. Isso é verdadeiramente perigoso se acontecer. O segundo é a observação atenta de cada convidado e posterior catalogação de seus erros mais visíveis, mais primários. São trunfos à nossa causa.

Sei que em nosso meio existem profissionais em psicologia, e desde já os convido a me acompanhar neste novo angulo de observação, algo inovador, e infelizmente jamais feito.

Quanto àqueles que acreditam que liminares podem sustar a ida de convidados a uma oitiva, fiquem descansados porque a própria máquina legislativa se encarrega de resolver a contento essas questões. E ainda; a todos os que não acreditam que esta CPI não irá resolver essas principais questões, tenho a dizer que se enganam primeiro em não acreditar, segundo em não comparecer.

Acho que não seria preciso escrever que este briefing tem que chegar cada vez mais longe através de compartilhamentos, e-mails etc. Afinal nossa vida está em jogo e não temos mais tempo hábil a esperar.

Aos que não entenderam bem o que escrevi sobre as duas últimas oitivas, em texto anterior, espero que desta vez tenha dado melhor transparência ao meu pensamento.

José Manuel   
" Meu apoio total à ideia de um profissional, pois a linguagem corporal é muito reveladora. A postura física, mostra o pensamento interno ".
( postagem da ex-colega Cristiane Mamprim de Oliveira ) em resposta ao meu artigo. 26/02/2018

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