Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

O SENADOR EDUARDO BRAGA É INDICADO RELATOR DA INDICAÇÃO DE ARAS


Eduardo Braga, relator de indicação de Aras no Senado, é investigado na Lava-Jato

Senador foi indicado nesta quarta-feira pela presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet
Carolina Brígido
11/09/2019 - 20:26 / Atualizado em 11/09/2019 - 21:23
O senador Eduardo Braga (AM) será o relator da indicação de Aras para a PGR Foto: Jefferson Rudy / Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Eduardo Braga (AM) será o relator da indicação de Aras para a PGR Foto: Jefferson Rudy / Jefferson Rudy/Agência Senado

BRASÍLIA – O senador Eduardo Braga (MDB-AM), escolhido para relatar a indicação de Augusto Aras como procurador-geral da República, é investigado na Lava-Jato em um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal ( STF ). Se for aprovado no Senado, caberá a Aras decidir se apresenta ou não denúncia contra o parlamentar. Ele é acusado de ter recebido R$ 6,08 milhões da JBS de forma ilegal na campanha de 2014, assim como outros integrantes do MDB.


A indicação de Eduardo Braga para a relatoria foi anunciada nesta quarta-feira pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS).

O inquérito foi aberto em maio do ano passado pelo relator da Lava-Jato no tribunal, ministro Edson Fachin. Além de Braga, também são investigados os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Jader Barbalho (MDB-PA) e Dario Berger (MDB-SC); os ex-senadores Valdir Raupp e Eunício de Oliveira; o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho; o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega; e o governador do Pará, Helder Barbalho.

A suspeita é que a JBS fez repasses de R$ 43,6 milhões a políticos do MDB na campanha de 2014. O processo tem origem em duas delações: a de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras; e a de Ricardo Saud, executivo do grupo J&F, controlador da JBS.

O pedido para abertura de inquérito foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que permanece no cargo até o dia 17. Segundo ela, há possibilidade de que tenham sido cometidos os crimes de corrupção (pelo recebimento dos recursos) e lavagem de dinheiro (pelas formas usadas para dissimular a origem do dinheiro).


Na delação premiada, Sérgio Machado afirmou ter tomado conhecimento de que, a pedido do PT, a JBS fez doações de R$ 40 milhões à bancada do MDB no Senado na eleição de 2014. Saud, por sua vez, afirmou que fez pagamentos de R$ 46 milhões a senadores do PMDB a pedido do PT. Seria uma forma de o partido comprar o apoio dos políticos do partido em 2014, uma vez que havia o risco de o MDB se aliar ao PSDB.

Uma tabela feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base nas informações de Saud mostra repasses de R$ 9,92 milhões para Renan, R$ 8,98 milhões para Jader, R$ 6,08 milhões para Braga, R$ 6 milhões para Vital, R$ 5,68 milhões para Eunício e R$ 4 milhões para Raupp, além de R$ 2,94 milhões para Alves, totalizando R$ 43,6 milhões. Os pagamentos teriam sido feitos por meio de notas frias, entregas em espécie e doações eleitorais oficiais.

“Os senadores mencionados não concorreram a cargos eletivos nas eleições de 2014, mas podem ter atuado como arrecadadores para suas bases eleitorais”, escreveu Dodge em documento do dia 11 de abril, apontando repasses a candidatos. Ela citou vários repasses da JBS à direção nacional do PMDB em 2014, segundo informações do próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

0 comentários:

Postar um comentário