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Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

SETE DE SETEMBRO -DATA MAGNA DA INDEPENDÊNCIA

SETE DE SETEMBRO – DATA MAGNA DA INDEPENDÊNCIA
Aileda de Mattos Oliveira (6/9/2019)

Lamentável reconhecer que não somos magnos na reverência a D. Pedro, que nos proporcionou a conquista de Estado independente, ao proclamar a separação definitiva do Brasil, de Portugal, sua terra de origem. Ousada atitude de respeito a uma parte do Reino que lhe foi confiada e dada a governar, como Príncipe Regente.

D. Pedro, que naquele instante passou a ser “Primeiro”, honrou, com extrema consciência de que tinha um dever a cumprir, a missão que lhe foi destinada pelo próprio pai, D. Joao VI, recusando-se, porém, a obedecer às ordens de Lisboa, que fariam voltar o Brasil à condição de colônia portuguesa.

Perdidas a educação e a instrução ao longo dos anos, após o término do governo militar, por descaso intencional dos sucessivos governantes, percebemos um desprezo, orquestrado, pelas datas nacionais tornadas, pela imprensa e instituições governamentais, meros feriados sem nenhuma menção aos fatos históricos que as tornaram solenes.

Tentaram apagar a História do Brasil, com o emprego sistemático da linguagem codificada do “politicamente correto”, como: “transnacional”, “governo mundial”, “país sem fronteiras”, “universalidade”, “globalização”, “país de todos”, sem que a população, repetidora desses novos batismos, sequer soubesse do perigo que tais expressões alimentavam. Sem conhecimento das artimanhas da esquerda, foi perdendo a noção de nacionalidade, permitindo que a semântica de uma ideologia alienígena, virasse cultura.
Quiseram os cineastas destruir o Príncipe Regente, ao focalizarem o seu lado popularesco, quase sempre acompanhado de seu secretário e amigo, Francisco Gomes da Silva, o “Chalaça”, e sua inegável atração pelas mulheres (ainda bem!), cuja intenção, implícita, era fazer, desse enfoque, argumento, a fim de negar-lhe a capacidade de gerência de um Brasil, naquela época, parte integrante do Reino Unido formado por Portugal e Algarves.*
A outra face do Príncipe D. Pedro, de homem preocupado com as decisões de além-mar, nunca foi tratada, convenientemente, por aqueles que, previamente, modelaram a ideia grosseira de um “imperador pândego”. Essa é a visão padrão dos que foram nascidos e criados dentro de uma redoma vermelha e, por essa razão, condicionados ao negativismo histórico.
O jovem Pedro I deixou-nos um país livre. Concedeu-nos a independência política. Doloroso admitir que, no século XXI, existam políticos e imprensa, além de parte do povo, sem cérebro, sem noção do que seja um povo livre, dirigirem-se a um país estrangeiro para que invada e colonize o seu. Não há como qualificar tamanha aberração, jamais vista em qualquer fase da história de um país.
Se o prosaico argumento das escapulidas de D. Pedro em busca de aventura amorosa é uma tentativa de desqualificação de sua vida política, que argumentos usarão esses cineastas num filme sobre os atuais políticos brasileiros? Como trataria a incapacitação intelectual desses toscos indivíduos, com suas exigentes amantes, as suas gordas contas bancárias cada vez mais robustecidas por conta do dinheiro público? Teriam a honestidade de dizer que nada fazem pelo Brasil, a não ser vendê-lo, em lotes, tornando-se presas dos compradores, que os tratam, pelas costas, de seres desprezíveis, que nem o seu país respeitam? Teriam coragem de chamá-los de lesas-pátrias, autores do pior crime contra a Nação — a traição? E essa escória não está sujeita nem à pena capital nem à prisão perpétua. Incrível, essa Constituição brasileira! Incrível!
Louvo a D. Pedro I, que tornou o Brasil livre da ingerência portuguesa, no seu dia, Sete de Setembro, quando, com membros de sua Imperial Guarda de Honra, tropa de elite do Imperador, fez de um país, uma Nação. Estendemos o nosso louvor ao 1.º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG), na realidade, nosso conhecido e belíssimo “Dragões da Independência”, que resgata, no seu uniforme, as tradições imperiais, pedindo-lhe que mantenha fidelidade à memória do Imperador e à da Imperatriz Dona Maria Leopoldina, mulher aguerrida, que muito colaborou na grande missão do Imperador de fazer o Brasil livre das amarras portuguesas.
Louvo o Exército Brasileiro, do qual os “Dragões” são parte integrante, porém, é urgente que seus Generais compreendam que a grande parcela saudável da Nação, patriota, que está ao lado das Forças Armadas, quer ver e ouvir os militares responderem, à altura, as ofensas recebidas, internas e externas, com a voz grossa e altissonante da caserna, seja essa voz provinda da profunda indignação do ser, seja a ‘voz’ de algum mais convincente, poderoso e infalível argumento bélico.
O desfile desse Dia, sem tapumes separando o povo de seus soldados, será o mais entusiástico de todos os tempos, por estar, agora, no palanque presidencial, um verdadeiro Comandante em Chefe das Forças Armadas, assessores e convidados que valorizam as marcas solenes, deixadas no espaço temporal, por aqueles cujos destinos estavam intimamente ligados ao do Brasil.
*Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Dr.ª em Língua Portuguesa. Acadêmica Fundadora da ABD. Membro do CEBRES e Acadêmica da AHIMTB.

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