VEJA CORRESPONDENTES
Política, negócios,
urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto
Alegre
Vice de Bolsonaro: país herdou indolência do
índio e malandragem do negro
General Antonio Hamilton Mourão (PRTB) fez a declaração ao participar,
em Caxias do Sul, do primeiro evento público após ser anunciado na chapa
presidencial
Por Paula Sperb
access_time7 ago 2018, 16h35 -
Publicado em 6 ago 2018, 16h15
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General Antonio
Hamilton Mourão (PRTB), vice de Bolsonaro, fala na Câmara de Indústria e
Comércio de Caxias do Sul (Júlio Soares/Divulgação)
Candidato
a vice-presidente da República na chapa de Jair Bolsonaro (PSL),
o general da reserva Antonio Hamilton Mourão
(PRTB) disse nesta segunda-feira 6 que o Brasil herdou a
“indolência” dos indígenas e a “malandragem” dos africanos. Ele participou da
reunião-almoço da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul, cidade da
Serra Gaúcha, o primeiro evento público seu na condição de candidato. O general
também afirmou ser favorável à democracia e voltou a dizer que “intervenção
militar não é varinha mágica”.
Mourão estava apresentando as
condições de subdesenvolvimento e conflitos políticos e sociais da América
Latina, que chamou de “condomínio de países periféricos”. Ao mencionar a
“malandragem” dos africanos, desculpou-se com o vereador negro Edson da Rosa
(MDB), que estava na mesa de autoridades.
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“E o
nosso Brasil? Já citei nosso porte estratégico. Mas tem uma dificuldade para
transformar isso em poder. Ainda existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui
no nosso país, infelizmente. Nós temos que superar isso. Está aí essa crise
política, econômica e psicossocial. Temos uma herança cultural, uma herança que
tem muita gente que gosta do privilégio. Mas existe uma tendência do camarada
querer aquele privilégio para ele. Não pode ser assim.
Essa
herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da
indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense.
E a malandragem, Edson Rosa [vereador negro presente
na mesa], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano.
Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires,
líderes populistas e dos macunaímas”, disse Mourão.
O general, entretanto, defendeu
políticas sociais para resolver o problema da violência e do tráfico de drogas,
argumentando que só repressão não é suficiente. Entre as políticas sociais para
diminuir a insegurança, Mourão citou a criação de escolas e a urbanização de
comunidades, onde o tráfico e a milícia controlam serviços como água, luz e
internet.
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Depois da palestra, o general
participou do lançamento da candidatura do tenente-coronel Luciano Zucco (PSL)
a deputado estadual. Na economia, Mourão defendeu o livre mercado,
privatizações e ajuste fiscal. Questionado por VEJA se concorda com a privatização
da Petrobras, conforme Bolsonaro afirmou em entrevista à GloboNews, o general
respondeu que “não tem nada contra” e que Bolsonaro “vai estudar a melhor forma
de isso acontecer, se for necessário”.
Mourão também comentou sobre o
Rio Grande do Sul ter quatro candidatos a vice-presidente. “Não querendo ser
ufanista, o Rio Grande do Sul tem uma parcela significativa na história do
Brasil. Nunca estivemos afastados dos grandes momentos. Isso revela a força do
povo gaúcho”, disse. A respeito da candidatura do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), Mourão afirmou que ele “não pode concorrer, de
acordo com a lei”.
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