EXAME
Economia
Guedes confirma extensão do
auxílio emergencial de R$ 600 por dois meses
Segundo ele, o anúncio será feito ainda hoje pelo presidente Jair
Bolsonaro. A extensão no mesmo valor pode ser feita por decreto
access_timePublicado em:
30/06/2020 às 10h53 - Alterado em: 30/06/2020 às 12h21
Paulo Guedes,
ministro da economia. 3 de abril de 2020. (Andre Borges/Bloomberg/Getty
Images)
O ministro da Economia, Paulo
Guedes, informou nesta terça-feira (30) que o auxílio
emergencial será estendido por mais dois meses no valor de 600 reais.
A confirmação foi feita para a CNN Brasil. Guedes depois mencionou a
extensão, mas sem especificar o valor ou período, em audiência pública da
comissão mista do Congresso Nacional que acompanha a situação fiscal e a
execução das medidas do governo federal contra o coronavírus.
Segundo ele, o anúncio será feito pelo presidente Jair Bolsonaro em
cerimônia marcada para as 16 horas. A extensão no mesmo valor não exige uma
nova legislação e pode ser feita por decreto. Antes, a ideia do governo era
estender o auxílio em parcelas decrescentes, mas houve resistência do
Congresso.
O ministro reconheceu que o déficit primário deste ano provavelmente
passará de 15% do Produto Interno Bruto (PIB), e também afirmou ter receio de
que a dívida bruta passe de 100% do PIB.
Por outro lado, o ministro afirmou que, após um “total colapso” em
abril, a arrecadação em maio subiu dois dígitos em relação ao mês anterior e
avançou ainda mais rápido na primeira quinzena de junho.
Guedes também afirmou que o secretário especial de Receita, José Tostes
Neto, lhe relatou na véspera que a arrecadação deste mês já supera a observada
no mesmo mês do ano passado.
Futuro
Guedes prometeu que em dois ou três meses devem ser anunciados o novo
programa Renda Brasil, que deve unificar programas sociais, e o Verde Amarelo,
ideia que data da campanha de reduzir encargos trabalhistas para estimular a
contratação de jovens.
O ministro voltou a afirmar que neste período, dos próximos 90 dias, o
Brasil vai “surpreender o mundo” pois vai “retomar reformas e crescimento antes
do que a maioria dos analistas está prevendo”.
Ele fez um apelo para que o Congresso aprove novos marcos regulatórios
para cabotagem, setor elétrico e petróleo, rumo à mudança do regime de partilha
para concessão. Segundo o ministro, essas mudanças irão destravar juridicamente
as fronteiras de investimento.
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou de 5,3% para
9,1% a sua projeção para a queda do PIB no Brasil neste ano, um dos piores
números entre os emergentes.
Economistas destacam que uma retomada robusta da atividade é
indissociável do controle da pandemia, que segue em ascensão no Brasil, segundo
lugar mundial em número de casos e mortes.
Guedes admitiu dificuldades em alguns quesitos, como em fazer com que os
programas de crédito chegassem na ponta. Apenas 16% das pequenas empresas que procuraram crédito conseguiram,
de acordo com pesquisa recente do Sebrae com a FGV.
“O desempenho nessa front de crédito foi muito difícil”, disse Guedes.
“Mesmo expandindo crédito como expandimos, a verdade é que continuou
insuficiente”.
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