Para Pressionar O (TSE) MST Cobra R$
250 Mil Do PT E Centrais Para Realizar Ato Pró-Lula
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15/08/2018
Para pressionar o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) a aceitar a candidatura do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, ao
Palácio do Planalto nas eleições 2018. Lideranças da entidade
ligada ao campo querem que o PT e centrais sindicais paguem
uma dívida de R$ 250 mil com a montagem das tendas para abrigar os 5 mil militantes acampados
no entorno do Estádio Mané Garrincha. O registro da
candidatura de Lula será feito nesta quarta-feira, 15, no TSE.
Há divergência no grupo sobre a
estratégia política adotada pelo PT. “Estamos em divergência com setores
eleitoreiros do próprio partido que querem ganhar a eleição a qualquer custo”,
afirma João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento. Ele afirma
que a defesa de Lula é uma “causa política” e, hoje, o MST não aceita discutir
o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para
substituir Lula na chapa do PT à Presidência.
“Não aceitamos plano B. Haddad pode
ganhar a eleição, mas vai ser mais uma Dilma Rousseff. Não terá
força política. Só Lula tem força”, avalia João Paulo Rodrigues. “A direita
quer a indicação dele (Haddad) para depois dizer que nós aceitamos
participar do jogo”, completa. “Mesmo cassado, o nome do Lula tem de estar na
cédula. Não queremos uma vitória eleitoral. Queremos uma vitória política.”
Até o começo da tarde, 130 ônibus
desembarcaram militantes que participarão do ato previsto para esta
quarta-feira. O trânsito na região central de Brasília ficou engarrafado. A
maioria dos veículos foi alugada por grupos do MST e de cooperativas de
pequenos agricultores da região do entorno de Brasília, de Goiás,
da Bahia, de São Paulo e de Minas Gerais.
Minuto Estadão – Registro De Candidatos
Há previsão da chegada de outros 70
carros. Nos bastidores, lideranças reclamam especialmente de figuras do PT da
Bahia, que rejeitaram qualquer apoio para o deslocamento de militantes. Os
alimentos consumidos no acampamento foram trazidos pelos sem-terra. O governo
do Distrito Federal deslocou policiais militares para fazer a
segurança dos acampados.
João Paulo Rodrigues avalia que, além
das estratégias de alianças nos Estados, outros fatores impediram que o número
de participantes no acampamento pró-Lula fosse maior. “Geralmente, as
mobilizações ocorrem nas defesas de categorias. Não é o caso desta vez”,
afirma. “Sindicatos e partidos também enfrentam problemas como a falta de
dinheiro do imposto sindical e do fundo partidário. Como o MST não depende
desses recursos, estamos em maioria aqui”, afirma.
Ele, no entanto, não deixa de cobrar
maior empenho de legendas aliadas. “O PCdoB não joga a mesma
energia de antes”, ressalta. “Agora, o MST não é filiado a partido, por isso
não tem outro nome para a sucessão nem busca alianças. O que buscamos é
acumular forças na nossa base”, afirma. “Se os tribunais negarem a candidatura
de Lula, vamos sair derrotados apenas eleitoralmente.”
Cármen Lúcia Recebeu Dirigentes Do MST
Houve cobrança dos sem-terra também
no Supremo. Nesta tarde, um grupo de dirigentes foi recebido pela
presidente da Corte, a ministra Cármen Lúcia. Compareceram à
audiência o ativista Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Nobel da
Paz de 1980, o ator Osmar Prado e o dirigente João Pedro Stédile,
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), entre outros.
Durante o encontro, Stédile lembrou
que, em 2006, quando o ex-presidente Itamar Francoapresentou o nome
de Cármen, então procuradora-geral do Estado de Minas, a Lula para uma vaga no
STF, o MST foi ao Planalto e chancelou o pedido. “Presidente, como único
pedido, gostaria que a senhora lembrasse do nosso amigo em comum, o Itamar, que
nesta hora estaria do nosso lado na defesa de Lula”, disse Stédile.
Eles entregaram um abaixo assinado
com aproximadamente 240 mil assinaturas pela liberdade do petista. “Ao final,
ela (Cármen) disse estar comovida, disse que vai transmitir aos demais
ministros a importância desta reunião, disse que não pode antecipar nada,
porque seria um pré-julgamento, seria falar fora dos autos, então ela não pode
dizer nada do que fará”, relatou Carol Proner, professora de direito da UFRJ e
membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
O gabinete da ministra não se
manifestou sobre o encontro. O grupo quer que o STF julgue o mérito de ações
que tratam da possibilidade de prisão após condenação em segunda
instância. Apesar da pressão de colegas e movimentos sociais, Cármen
resiste a levar o tema ao plenário da Corte. “Não há motivo para eles ficarem
postergando (o julgamento), porque não é mais o caso do Lula, a Pastoral
Carcerária disse que já prenderam 13 mil pessoas em São Paulo”, comentou
Stédile.
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