REFORMA DA PREVIDÊNCIAGuedes defende capitalização para
criação de 'milhões de emprego'
Publicado em: 06/04/2019 09:19 Atualizado em:
Campos de Jordão (SP) — Recebido ontem como um “herói” por empresários e
governadores, no Fórum Empresarial do Grupo Lide, o ministro da Economia, Paulo
Guedes, aproveitou o ambiente de acolhimento para defender a reforma da
Previdência. Em clima bem distinto do encontrado na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara, na quarta-feira, o economista voltou a defender o
regime de capitalização, a necessidade de privatizações e a boa relação com os
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Davi Alcolumbre
(DEM-AP), para viabilizar a aprovação do projeto no Congresso. Ambos os
parlamentares estavam com Guedes durante a apresentação do painel sobre as
mudanças na aposentadoria.
“Se as principais lideranças do país estão comprometidas com a reforma,
eu vou ter medo de quê? Vou tratar com um certo desrespeito quem me
desrespeitou? São rumores, acontece”, comentou. A declaração foi sobre o
episódio em que foi chamado por Zeca Dirceu (PT-PR) de “tchutchuca”, quando
lidava com privilegiados, e “tigrão”, ao tratar dos aposentados. A fala do
deputado fez com que a audiência pública na Câmara chegasse ao fim e, no embate
direto, o economista respondeu: “É a sua avó, é a sua mãe”. “Tem uma minoria
barulhenta que fica batendo bumbo e acha que política é aquilo ali”, criticou
Guedes.
O ministro destacou ainda o apoio que recebe de Maia e de Alcolumbre,
além da liberdade que o presidente Jair Bolsonaro lhe tem dado para seguir com
o plano econômico. Sobre a economia de R$ 1 trilhão com a reforma, disse que os
apoiadores do texto “vão atacar de frente”. “Quem está envolvido nesta reforma,
como nós estamos, a luta é pela preservação do sistema previdenciário, pela
possibilidade de continuar pagando, e já temos casos de estados que não estão pagando
nem a Previdência nem os salários.”
Guedes, contudo, reconhece que pontos do projeto já estão praticamente
alterados pelos parlamentares, que analisam, atualmente, a constitucionalidade
do texto na CCJ e, posteriormente, o mérito dela na Comissão Especial. Entre os
itens que devem ser modificados estão o Benefício de Prestação Continuada (BPC)
e a aposentadoria rural.
Capitalização
Apesar de a capitalização também ter causado rebuliço entre os
parlamentares, o economista voltou a defendê-la. “Vamos criar empregos e podem
ser milhões de empregos rápidos, se formos para a Previdência nova, por causa
da desoneração dramática dos encargos trabalhistas”, frisou.
Além da reforma da Previdência, o ministro afirmou que, em 30 dias, vai
divulgar um pacote para ajudar os estados — um plano emergencial para melhorar
a situação dos cofres regionais. A reforma tributária, próximo projeto a ser
abraçado pelo governo Bolsonaro, também deve ser encaminhada ao Congresso
depois da aprovação da reforma que altera as regras de aposentadoria e as
privatizações. Segundo Guedes, se 20% ou 30% das estatais forem vendidas, já
está “ótimo”. “Estou absolutamente seguro e confortável de que vamos fazer
isso”, declarou.
Ao lado de Guedes no palco, Maia disse que ao menos 20 estados poderão
terminar o ano sem condições de pagar salários de servidores e benefícios de
aposentados e pensionistas, caso o país não faça a reforma. Para o deputado
fluminense, se as pessoas não entendem o que é a proposta, se há dúvidas sobre
temas como a idade mínima, é preciso que o governo dê todas as explicações
necessárias. Alcolumbre também pediu mais engajamento de Bolsonaro na
articulação pela reforma. Na quinta-feira, o chefe do Planalto iniciou
conversas com presidentes dos partidos e dará continuidade, na semana que vem,
com lideranças.
Aportes individuais
No sistema de capitalização sugerido por Guedes, os trabalhadores teriam contas individuais de aposentadoria abastecidas por aportes individuais também. Assim, os empresários deixariam de contribuir para o sistema na folha de pagamento.
“Vamos criar empregos e podem ser milhões de empregos rápidos, se formos para a Previdência nova, por causa da desoneração dramática dos encargos trabalhistas” - Paulo Guedes, ministro da Economia
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