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Azedou o arroz doce. Juiz manda abrir CPI da Dívida
Pública de R$ 4,5 trilhões
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Os banqueiros que coloquem as barbas
de molho, pois o juiz Waldermar Cláudio de Carvalho, da Justiça Federal de Brasília,
determinou que o Congresso crie uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) para realizar uma auditoria da dívida pública brasileira “estimada” —
não se sabe por quem — em R$ 4,5 trilhões.
A CPI para auditar a dívida pública
foi pedido por um conjunto de entidades articuladas pela Associação Auditoria
Cidadã da Dívida. Em 2015, para se ter uma ideia, a Associação calculou que R$
958 bilhões — equivalente a 46% do orçamento anual — para o pagamento e
amortização da dívida pública. Os maiores beneficiados, é claro, foram os
bancos privados.
“Busca-se tão somente conhecer
minuciosamente do que se trata a dívida e, após, se verificados vícios, a
Justiça irá, em demanda própria, averiguar a legitimidade ou não das dívidas
contraídas e como elas poderão ser revistas, se for o caso”, deferiu o juiz
federal.
Para se ter uma ideia do descalabro e
do “roubo” aos cofres públicos, o Brasil vai gastar este ano em saúde (R$ 119,2
bilhões) e educação (R$ 85,9 bilhões). A soma dessas duas áreas essenciais para
o povo brasileiro chega a apenas R$ 205,1 bilhões. Lembrando: somente em juros,
em 2018, o governo vai torrar incríveis R$ 986 bilhões.
O magistrado concedeu 30 dias para
que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), instale a CPI sob pena
de multa diária de R$ 100 mil.
“A população brasileira tem sofrido
há quase três décadas com os inúmeros contingenciamentos do orçamento público
para pagamento da dívida, em evidente prejuízo às diversas políticas públicas
que deixaram de ser promovidas pelos últimos governos em razão da escassez de
recursos financeiros, em especial, na área da saúde, da educação e da segurança
pública”, sentenciou o juiz Waldermar Cláudio de Carvalho.
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