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PREÇO DO COMBUSTÍVEL - ALTA DO DIESEL E NOVO MINISTRO: COMO CAMINHONEIROS REAGIRAM E QUAL O RISCO DE GREVE

DO JORNAL GAZETA DO POVO Economia Preço do combustível Alta do diesel e novo ministro: como caminhoneiros reagiram e qual o risco de greve Rodolfo CostaPor Rodolfo Costa Brasília 13/05/2022 16:57 0 A troca no comando do Ministério de Minas e Energia dividiu os caminhoneiros autônomos e demais transportadores. A troca no comando do Ministério de Minas e Energia dividiu os caminhoneiros autônomos e demais transportadores.| Foto: Valterci Santos/Arquivo/Gazeta do Povo Ouça este conteúdo A troca no comando do Ministério de Minas e Energia (MME) dividiu os caminhoneiros autônomos e demais transportadores do setor rodoviário de cargas, bem como integrantes de entidades representativas. A categoria entende que o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou a mudança como um gesto político de sensibilidade às demandas contra novos reajustes no preço do óleo diesel. Parte dos caminhoneiros comemora a mudança e analisa o gesto como uma proposta de renovação ao escolher um nome com maior proximidade com a categoria. Outra parcela da categoria, porém, desdenha da troca de comando e entende que Bolsonaro apenas "joga para a torcida", por não vislumbrar efeitos práticos que impeçam novos aumentos de preço em breve. A alta de quase 9% no diesel anunciada na segunda-feira (9) pela Petrobras irritou a parcela da categoria que está descontente com o governo, a ponto de alguns líderes voltarem a falar na possibilidade de uma greve nacional. Para os defensores de uma paralisação, seria um verdadeiro "teste" para o novo ministro do MME, Adolfo Sachsida, e o da Infraestrutura, Marcelo Sampaio. Em grupos de WhatsApp, alguns caminhoneiros autônomos levantaram a possibilidade de uma paralisação a partir de segunda-feira (16). Outros, porém, defendem o início da mobilização em 21 de maio, em "celebração" aos quatro anos da greve ocorrida em 2018. A data é discutida pelo presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o "Chorão", com autônomos, demais transportadores e outras entidades. Veja Também: Bolsonaro diz que vai acionar Justiça para baixar preço dos combustíveis Pacheco diz que privatização da Petrobras não está no radar neste momento Sachsida diz que privatização da Petrobras será a libertação contra o monopólio Qual é a possibilidade de uma nova greve nacional dos caminhoneiros O risco de uma greve dos caminhoneiros existe. Mesmo transportadores e representantes contrários a uma paralisação entendem que não é impossível que ocorra. Porém, entendem ser pouco provável. A possibilidade de locaute ("greve de patrões") e adesão de líderes que até então não apoiavam a ideia são fatores que podem levar a alguma paralisação. Não é a primeira vez que empresários acenam a transportadores autônomos, inclusive em grupos de WhatsApp, disposição para participar de uma greve da categoria na gestão Bolsonaro, mesmo cientes de que a prática é proibida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Outro elemento que fortalece a tese de greve é a adesão de líderes como o autônomo Aldacir Cadore, de Luziânia (GO), que mudou sua posição. "Desde que o presidente se elegeu, dei entrevista em vários meios da mídia contrário a paralisação, para não prejudicar o país e a economia. Agora, greve é uma questão de sobrevivência", diz. "E não adianta virem com o papo de que vai arrebentar a economia, porque a categoria já está massacrada", acrescenta. Assim como Cadore, outros líderes adotam posição semelhante e levantam como bandeira principal a revisão da política de preços de combustíveis adotada pela Petrobras. De outro lado, porém, uma paralisação não encontra apoio entre caminhoneiros que apoiaram as últimas convocações mas que agora entendem não ser o momento. É o exemplo do autônomo Marcelo Paz, líder na Baixada Santista. "Greve não vai acontecer. Hoje, é uma minoria que defende. Vamos parar para que? O povo vai correr para o posto para encher o tanque do carro mesmo com a gasolina cara como está e vai subir o preço dos combustíveis ainda mais. No fim, quem paga somos nós. O momento para paralisar já passou", afirma Paz. Para ele, só haverá greve se população "abraçar" a ideia. Chorão concorda: "Essa luta dos combustíveis é de toda a população. Se ela estiver disposta a lutar pela sua sobrevivência, pelo bem estar da família, sou o primeiro a apoiar. Chegou a hora dos caminhoneiros apoiarem a sociedade, não da sociedade apoiar os caminhoneiros, como em 2018". A possibilidade de início de uma paralisação em 21 de maio é confirmada por Chorão, mas ele reforça a ideia de que isso só irá para frente se for uma vontade da população. "É uma data boa para trabalhar, é o aniversário de quatro anos da paralisação. Se for o anseio da população e tiver quórum, estou junto, mas não pode ser só os caminhoneiros. Tem que ter o apoio do segmento de motoristas de aplicativos, motoboys, transporte escolar, de todos", diz Chorão. O caminhoneiro autônomo Janderson Maçaneiro, o "Patrola", líder em Itajaí (SC), rejeita a possibilidade de greve. "Não tem greve, a gente vai repassar o nosso custo e a vida vai seguir. Não vão usar o caminhoneiro de massa de manobra, isso não vai acontecer", destaca. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Ourinhos (SP), Júnior Almeida, o "Júnior de Ourinhos", também afasta as chances. "O caminhoneiro precisa se valorizar. Eu, particularmente, não faço mais greve, nunca mais farei, nem acho que haverá, pois vejo as dificuldades e os esforços do governo em tirar o peso do Estado de cima do caminhoneiro e mudar a maioria das leis criadas nos 14 anos anteriores ao atual governo", diz. Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/como-caminhoneiros-reagiram-alta-diesel-novo-ministro-chance-greve/ Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

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