Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

CARTA DOS APOSENTADOS DO RGPS PARA O PRESIDENTE JAIR BOLSONARO


Prezado Senhor Presidente da República Jair Messias Bolsonaro:
Antes de tudo quero pedir desculpa pela informalidade no tratamento a sua pessoa, que como Presidente da República, usualmente é empregado Vossa Excelência, mas o que tenho a dizer é dirigido mais para o cidadão humano Jair Messias Bolsonaro.
 Meu nome é Valter Almeida, mas podia ser também Antônio, Francisco, José, João, Severino, Maria, Josefa ou outro qualquer, porque o que importa mesmo é o que éramos e o que somos. Éramos trabalhadores honestos, responsáveis e patriotas que trabalhamos duro e com dedicação para construir esse Brasil de hoje. Não estamos reclamando do trabalho árduo e sacrificado que tivemos que enfrentar para erguer essa nação, porque essa é a nossa Pátria. A terra que nasceram os nossos avós, os nossos pais e demais familiares. A terra que lhes deu a vida e continuou os acolhendo no seu descanso eterno e que um dia, irá se repetir com todos nós, isso é o ciclo natural do homem, nascer, viver, produzir e morrer, essa é a nossa missão, amar a nossa terra, fazê-la grandiosa, pungente e próspera para as gerações futuras e foi isso que nós fizemos com muito respeito e amor pelo nosso Brasil.
 O tempo passou e a velhice chegou e junto, como é natural, trouxe a decadência do corpo físico, mas não como um castigo, e sim como o fim de uma jornada das nossas vidas que até pela lógica normal da nossa existência, tem que acontecer para que possa abrir uma nova porta para os jovens continuarem a trilhar esse mesmo caminho, por isso é que tivemos que parar de trabalhar, fato que vai acontecer com todos os trabalhadores, e é nessa ocasião que começamos uma nova etapa nas nossas vidas. A fase das nossas vidas que por uma questão de justiça e até por direito consolidado por lei tem que ser especial. Especial pelo o que fizemos no passado. Especial por fazermos parte da história honrada da nossa Pátria. Especial pelo orgulho de sermos brasileiros. Especial pela a essência da nossa dignidade de um trabalhador que seguiu a risca o que diz o nosso hino: “Um filho teu na foge a luta, nem teme quem te adora a própria morte”. Infelizmente Senhor Presidente, não é nada disso que somos depois que chegamos à velhice e passamos a condição de aposentados pelo RGPS. Hoje podemos dizer que somos descartáveis, desrespeitados e abandonados pelo governo e o Congresso Nacional e principalmente pela Câmara dos Deputados porque é lá que se encontram os nossos projetos PL-01/07 e PL-4434/08 para serem votados. Projetos que se votados, aprovados e sancionados devolveriam os nossos direitos que foram usurpados, mas por questões políticas se encontram engavetados há doze anos e não são votados e por isso continuamos com a nossa via-crúcis. Padecendo perante o desalento de vivermos os nossos últimos dias jogados no ostracismo social por conta de uma vergonhosa política de reajustes dos nossos benefícios. Política essa que tem reduzido ao longo desses últimos anos o nosso poder de compra a ponto de cinco, oito, dez e até mais de salários mínimos que durante a nossa vida laboral pagamos para receber quando nos aposentássemos se transformar em apenas um salário mínimo, tirando-nos toda a chance de usufruirmos de uma condição digna de sobrevivência os nossos últimos dias de vida.
Durante quase duas décadas os governantes junto com os congressistas vem massacrando os aposentados do RGPS impiedosamente através de um tratamento diferenciado dos demais aposentados do RPPS que sempre tiveram os reajustes dos seus benefícios equiparados aos trabalhadores da ativa. Não estou desmerecendo nem tão pouco criticando os nossos irmãos aposentados do setor público, mesmo porque nenhum aposentado merece ter seus benefícios defasados, mas também é humanamente injusto, discriminatório e até um crime cometido contra os aposentados do RGPS que pagaram para receber acima de um salário mínimo não terem os seus direitos respeitados.
 Estamos diante de uma reforma previdenciária que tem como foco principal corrigir distorções e injustiças e pelo que foi divulgado preserva os direitos adquiridos dos que já estão aposentados pelo setor público que seguirão com os valores dos seus benefícios irredutíveis, só estabelecendo a paridade de valores dos benefícios com os do RGPS que atualmente tem seu teto de R$ 5.839,45 para os futuros aposentados que ainda não tenham alcançado o tempo que determina o seu direito de se aposentar. Seguindo este princípio, nós os aposentados do RGPS reivindicamos o mesmo tratamento, ou seja, corrigir a defasagem dos nossos benefícios de acordo com o PL-01/07 e PL-4434/08 já aprovados no Senado e que se encontram na Câmara para votação.
 Prezado Presidente, a nossa humilhação e angústia já dura 20 anos, muitos já faleceram e os que restam, a sua grande maioria já passaram dos 70 anos. Não temos muito tempo de vida e a única coisa que nos resta como esperança de morrer com dignidade é que o Senhor Presidente, faça justiça e nos conceda a chance de poder também dizer: “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.
                                               Atenciosamente,
                                   Aposentados e Pensionistas do RGPS.

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