O GLOBO
Reforma da Previdência deverá mudar regras trabalhistas para jovens
Mudanças devem fazer com que as
empresas contratem mais jovens, segundo ministro
Paulo
Celso Pereira
06/02/2019 - 05:50 / Atualizado em
06/02/2019 - 17:42
O ministro da Economia,Paulo Guedes Foto: SERGIO
LIMA / AFP
BRASÍLIA — A reforma da Previdência que será apresentada pelo governo ao
Congresso nas próximas semanas incluirá uma alteração profunda no modelo
trabalhista vigente. De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a
ideia é que quem estiver ingressando no mercado de trabalho possa escolher
entre as regras atuais e um modelo mais flexível ,
sem as atuais leis trabalhistas.
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— O novo regime não tem legislação trabalhista. O jovem tem o direito de
escolher. Porta da esquerda: Carta del Lavoro, justiça trabalhista, sindicato,
você tem proteção, você tem tudo, as empresas têm que pagar, mas quase não tem
emprego. É o sistema atual. Porta da direita: novo regime trabalhista e
previdenciário, não tem nada disso, se seu patrão fizer alguma besteira com
você e te tratar mal, vai pra justiça comum, é privado, privado, privado —
explicou durante jantar promovido pelo portal Poder 360.
SAIBA MAIS
Ao falar da Carta del Lavoro, o ministro se referia à legislação
trabalhista criada pelo regime fascista de Benito Mussolini na Itália, em 1927,
que teria ajudado a inspirar a CLT de Getúlio Vargas.
O ministro disse que a mudança de modelo trabalhista estará inserido na
mesma proposta de emenda constitucional que alterará as regras da Previdência.
A avaliação de Guedes é que as mudanças devem fazer com que as empresas
contratem mais jovens, incentivando o ingresso deles nesse novo modelo.
— Com um ano e meio todo mundo vai olhar e ver que, ao contrário do que
acontece no mundo inteiro, com 50% dos jovens desempregados, aqui vai ter 100%
dos jovens empregados. As pessoas vão ver dois sistemas funcionando que, como o
Jair Bolsonaro disse: um tem muitos direitos e poucos empregos, o outro tem
menos direitos e muitos empregos.
Guedes deu ainda alguns detalhes de como deverá funcionar o novo sistema de capitalização .
Segundo ele, o trabalhador poderá sacar parte dos recursos acumulados quando
ficar desempregado ou tiver necessidades médicas, e caberá a ele escolher qual
instituição cuidará dos recursos. Para minimizar os riscos de, ao final da vida
profissional do trabalhador ele não ter alcançado uma renda suficiente para se
manter, a ideia é garantir a manutenção de um programa de assistência social
com uma renda mínima.
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