Após fim de recesso no Senado, aumenta adesão à CPI da Previdência
Base aliada resiste à reforma; governo tem desafio de aprovar repatriação
O temor de Paim é que o governo pressione parlamentares a retirar assinaturas. São necessárias pelo menos 27 assinaturas para formalizar o pedido.
— Já temos mais de 30 senadores. Espero chegar a 35, porque infelizmente sempre há alguns que, quando o governo pressiona, ou no "dando que se recebe", mudam de opinião ou de posição — disse o senador.
A líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR), disse que o Palácio do Planalto já está pressionando os senadores a retirar apoio à CPI.
Na última sexta-feira, o site do GLOBO, em análise, havia antecipado a conquista de Paim.
— Calculem que querem votar essa reforma agora, entre abril e junho. Países que aprofundaram o debate da reforma demoraram mais de 10, 15, 20 anos, e nenhuma é tão cruel como essa. Será que o Brasil é o pior país do mundo? Só mesmo um presidente que tem 1% de apoio popular — disse Paim.
Paim disse que há 30 assinaturas, mas no requerimento havia 29 assinaturas comprovadas. Pelo menos nove senadores governistas assinaram o requerimento, entre eles três do PMDB: José Maranhão (PMDB-PB), Elmano Ferrer (PMDB-PI) e Dário Berger (PMDB-SC). Roberto Requião (PMDB-PR) também apoia o projeto, mas atua como oposição ao governo.
O senador Sérgio Petecão (PSD-AC), que havia assinado, retirou a assinatura. Há ainda assinaturas de Ivo Cassol (PP-RO) e Ana Amélia (PP-RS).
O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), disse que o partido, se a CPI for instalada, usará o prazo máximo para indicar os nomes. O prazo é de 30 dias.
— A realidade recomenda que seja feita a reforma da Previdência — destaca Paulo Bauer.
CAMPANHA DO GOVERNO FOI 'TERRORISMO'
O petista ainda chamou de "terrorismo" a campanha veiculada PMDB nas redes sociais afirmando que sem a reforma da Previdência até o Bolsa Família seria prejudicado. O tom foi criticado por peemedebistas, como o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que gravou vídeo afirmando que a proposta é "bastante exagerada" e que ela será mudada pelo Congresso.
— Olhem a divulgação que eles estão colocando nas ruas, nas praças e nos jornais: "Se a reforma da previdência não sair, tchau Bolsa Família, adeus Fies, adeus estradas". Isso aqui é terrorismo — disse Paim.
Mas entre senadores do PMDB e do PSDB há resistências. Nos bastidores, senadores dizem que não vão arriscar sua campanha de 2018 votando algum impopular.
— O diálogo do governo sobre isso é muito ruim — disse um senador tucano.
Antes da reforma da Previdência, no Senado o governo ainda tem um desafio antes: a votação da proposta sobre novas regras para repatriação de recursos do exterior. A expectativa é que a votação ocorra nesta quarta-feira e que seja aprovado o texto que veio da Câmara, proibindo a repatriação para políticos e seus parentes.
— A tendência é aprovar o texto da Câmara — disse um aliado de Temer.
Mas há integrantes do PMDB que queriam restabelecer o texto do Senado, que permitia a repatriação para parentes de políticos.
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