Tráfico assume o controle de estações do BRT, diz secretário
Paulo Messina,
da Prefeitura, disse que estações entre Cesarão 1 e Campo Grande viraram
"quiosques do tráfico de drogas". Em janeiro, reportagem do RJTV
mostrou que traficantes e milicianos dominam 24 paradas do BRT na Zona Oeste do
Rio.
Por Matheus Rodrigues e Anne
Lottermann, G1 Rio
29/05/2018 15h42 Atualizado há menos de 1
minuto
Tráfico de drogas assume controle de cinco estações
do BRT, diz prefeitura
O secretário da Casa Civil da Prefeitura do Rio,
Paulo Messina, afirmou durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira
(29) que o tráfico de drogas assumiu o controle das estações do BRT entre
Cesarão 1 e Campo Grande.
Segundo Messina, após a falta de combustíveis
provocada pela greve de caminhoneiros, o BRT não consegue voltar a circular
normalmente na Zona Oeste por problemas de segurança. O secretário afirmou que
as estações viraram "quiosques do tráfico de drogas". O problema está
afetando cinco estações.
As Forças de Segurança foram acionadas nesta tarde
após o Consórcio BRT informar a Prefeitura sobre o problema. “Ao ser
questionado sobre o déficit do BRT no atendimento na região da Avenida Cesario
de Melo, o consórcio disse que todas essas estações foram tomadas pelo tráfico
de drogas. As estações viraram grandes lojas do tráfico de drogas e o poder
público perdeu o controle. O tráfico está ameaçando funcionários do BRT e está
impossível operar”, afirmou Messina.
“A gente acabou de sair da reunião e, paralelamente
a isso, o coronel Amendola (secretário Municipal de Ordem Pública) e o coronel
Diógenes (secretário Municipal de Transportes) já estão contactando o pessoal
da secretaria de Segurança para fazer uma operação”, afirmou Messina sobre o
pedido de socorro às Forças de Segurança.
Pedradas e
ameaças
Ainda de acordo com Messina, os ônibus são
obrigados a parar na estação sob ameaça dos traficantes. Alguns veículos
articulados foram alvos de pedras ao passar pelos terminais.
“Uma parte roda porque eles são obrigados a parar
nas estações porque se não o tráfico joga pedra, atira e fazem essas coisas. Os
funcionários estão sofrendo ameaça, está gravíssima a situação por lá. Estão
rodando na região de Campo Grande por ordem do tráfico”.
Problema antigo
O domínio de estações do BRT pelo crime organizado
não é novidade. Em janeiro deste ano, investigação do Ministério Público Estadual
concluiu que 21 estações do BRT na Zona Oeste eram controladas pela milícia e
3 pelo tráfico - exatamente no trecho citado por Messina: Cesarão I, II e III,
em Santa Cruz.
Segundo testemunhas, para não perder passageiros no
transporte alternativo irregular, os milicianos ameaçam motoristas e funcionários
do BRT. Os criminosos agem principalmente nos horários de maior movimento:
entre 5h até 8h, e à tarde, das 17h às 20h.
O BRT estima ter um prejuízo de R$ 1,4 milhão por mês com a
violência e depredação das estações. O consórcio tentou fechar
22 paradas definitivamente por falta de segurança, mas não conseguiu
autorização da Prefeitura.
Caminhões da
Comlurb depredados
Outro problema de segurança pública na retomada de
serviços da prefeitura aconteceu enquanto lixo recolhido era levado do
entreposto do Caju para Seropédica. Quinze caminhões foram atacados no Arco
Metropolitano e na Rodovia Washington Luís. Para-brisas foram quebrados e
motoristas foram ameaçados.
“A Comlurb está conseguindo fazer a coleta
auxiliar, coleta hospitalar, todos os serviços de poda e varrição voltaram ao
normal. Porém, a nossa transferência de resíduos que é tirar do entreposto,
principalmente Caju e Zona Oeste e levar para Seropédica, a gente está sofrendo
ameaça dos piqueteiros. Nós tivemos 15 caminhões da Comlurb quebrados por
piqueteiros”, disse Paulo Messina.
O trabalho estava sendo realizado com escolta, mas
a Prefeitura do Rio deu preferência para o acompanhamento das cargas com
combustível. Os ataques aconteceram da noite de segunda-feira até a manhã desta
terça-feira (29).
Outros serviços
da capital
BRT - Segundo a Prefeitura, a partir das 14h, o BRT já está operando com o
trecho de Madureira pra frente. A partir das 16h, já estará operando no Galeão.
Rio Ônibus - Entre 72% a 75% da frota de ônibus da capital está rodando (com baixa
demanda).
Coleta e Limpeza urbana - normal
Poda - normal
Educação - Em 1340 das escolas o atendimento normal (87% do total). Em 192
unidades o atendimento é parcial (3%) e 6 escolas não abriram.
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