Este é o país desigual que nos resta! Os caras roubam da Saúde o 
que querem e não são punidos e nem pagam o fruto dos roubos. Algum 
esperto ficou com os R$150 mil dólares e deixou essa dívida impagável 
para a pobre da atendente. Enquanto esses predadores do dinheiro público
 estiverem, impunemente, agindo com desenvoltura, as Luciana da vida 
estarão sofrendo essa humilhação e sem solução para os problemas de 
saúde. 
O Senado Federal tem um plano de saúde para as excelências (excrescências) e seus dependentes, que cobre qualquer despesa no valor que for apresentado, para tratamento de saúde. O povo, cidadão de segunda classe, que se vire com o SUS, quando consegue ser atendido, ou morra sem assistência nenhuma.
Cidadão indignado
http://www1.folha.uol.com.br/c
A atendente Luciana Trindade, 34, mora em uma quitinete alugada de 30 metros quadrados em São Paulo. Vive com a mãe, uma irmã, uma sobrinha, uma doença degenerativa e uma dívida com a União de R$ 1,1 milhão.

 Foi a tentativa de se curar da enfermidade que toma dela a maior parte 
dos movimentos do corpo, com um tratamento não comprovado com 
células-tronco, o que originou o transtorno.
A atendente Luciana Trindade, 34, em seu apartamento.
 Em 1998, a solução era vendida como "revolucionária" pela clínica 
Genesys Research. Localizada nos Jardins (zona oeste), ela foi fechada 
posteriormente.
 "Estava começando a usar cadeira de rodas, tinha 19 anos e me deram 
expectativa de vida de 30. De repente, uma clínica surge com a promessa 
de cura para pessoas com doenças iguais a minha [distrofia de cintura]. 
Na hora, fui até lá", conta Luciana.
 Em troca de realizar o sonho de voltar a andar, a atendente teria de 
fazer procedimentos médicos em Memphis, nos Estados Unidos. Adriano Vizoni/Folhapress...
 O passo seguinte seria se submeter a 250 aplicações de supostas células-tronco, ao custo de US$ 150 mil.
 Filha mais velha, entre cinco irmãos, de mãe cozinheira e pai músico, 
ambos analfabetos, Luciana procurou o serviço de apoio à população da 
OAB de São Paulo.
 O objetivo era fazer com que o governo arcasse com os custos do 
tratamento, que não tinha reconhecimento de autoridades médicas no país.
 Auxiliada pelos advogados Roberto Dias da Silva e Darlan Barroso, a jovem conseguiu ganhar na Justiça o direito ao tratamento.
 VIAGEM
 Com R$ 10 mil antecipados, Luciana embarcou para os Estados Unidos com uma amiga em outubro de 1999.
 Ela também fez rifas de móveis e pediu ajuda financeira a pessoas próximas para bancar as despesas no exterior.
 "Usei R$ 6.000 com as passagens, comida e transporte. Devolvi R$ 4.000 ao governo", conta Luciana.
 "Na clínica, só falavam chinês e havia gente de todo o mundo atrás de 
cura. Fiquei lá duas semanas, passei por vários procedimentos, mas nada 
diferente do que já tinha feito no Brasil. No final, disseram que eu 
estava apta para o tratamento", diz.
 Na volta para São Paulo, Luciana foi informada pelos advogados de que, 
por ordem da Justiça, a União havia depositado em juízo o restante do 
valor pedido, o que garantiria as aplicações.
 Mas o Ministério da Saúde recorreu e conseguiu comprovar que o 
tratamento não era legalizado nem tinha eficácia comprovada para a 
situação da atendente.
 O caso foi encerrado e, conforme um recibo apresentado por Luciana, o 
estorno do dinheiro foi realizado automaticamente, em 2008.
 "Fiquei triste, desorientada, mas retomei minha vida, estudei. De lá 
para cá, fiz várias cirurgias e meu quadro progrediu bastante. Faço 
fisioterapia, estou sempre em avaliação médica e vivo com dificuldades",
 relata.
 DÍVIDA
 Apesar da decepção com a promessa de tratamento, a situação parecia 
resolvida até que Ministério da Saúde ingressou na Justiça com pedido de
 ressarcimento do recurso que havia disposto -mesmo ele tendo sido 
devolvido.
 "Nunca vi esse dinheiro. Não recebi nenhum cartão de banco, nenhum extrato e jamais toquei em um centavo."
 Em 2010, um oficial de Justiça foi até a casa de Luciana fazer levantamento de bens para uma eventual penhora.
 "Ele ficou até sem graça quando entrou aqui. Eu disse que meus únicos 
bens eram duas cadeiras de rodas, uma delas que eu ainda estou pagando. 
Pensei que, com aquilo, eu tinha ficado livre daquele absurdo", diz.
 Luciana afirma que está com o aluguel, de R$ 780, atrasado há quatro 
meses. Além disso, ela tem dívidas de empréstimos bancários.
 Neste ano, ela descobriu que o seu problema com o governo era mais grave.
 Ao juntar uma documentação para conseguir isenção de impostos para 
comprar um carro, a atendente foi informada de que está na dívida ativa 
da União. É devedora de mais de R$ 1 milhão.
 Com isso, desde 2010, a Receita Federal tem bloqueado a sua restituição
 de Imposto de Renda. "Acho que já deixei de receber R$ 1.000."
 O Ministério da Saúde diz que vai apurar a situação de Luciana.
 
 
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