Almir Papalardo
O pavio aceso de uma bomba
destruidora, cada vez mais curto, ameaça explodir nossa paz social. Está
insustentável a locomoção de qualquer membro da atual equipe governista, porque
logo é repudiado e xingado por cidadãos insatisfeitos. Eles não têm segurança
nem coragem de se infiltrarem sem escolta onde possa existir aglomerado de
pessoas.
Esta insatisfação do brasileiro é
tão patente que até nos Estados Unidos já aconteceu, quando Dilma e sua
comitiva foi hostilizada por brasileiros inconformados que lá estavam! Este episódio
lamentável para a dignidade brasileira, já se espalhou na Internet, agravando a
já periclitante aceitação governamental no nosso agora ridicularizado país.
E uma das maiores fontes de
insatisfação popular está voltada para o covarde massacre feito aos velhos e
indefesos trabalhadores aposentados, quando, lhes são empurrados sem
misericórdia pela goela abaixo, a má vontade política e a ferrenha obstrução
pelos seus direitos constitucionais não reconhecidos pelo desleal desgoverno. Não
admitem nem discutir estes direitos, haja vista, que tudo que é aprovado pelo
Congresso, é vetado perversamente pela presidente. Nossos projetos criam mofo
escondidos bem nos fundos das gavetas.
A semeadura é livre, mas a
colheita é obrigatória. O que se planta, colhe-se. O governo federal, inadvertidamente,
em 1997, criou ferramentas abusivas para surrupiar aposentadorias, mantendo
essa descartada categoria de trabalhadores devidamente manietada, pela
repulsiva atitude de deturpar artigos da nossa Carta Magna, que protegia as
aposentadorias de descabidas defasagens. Assim foram criados o Fator
Previdenciário e a desvinculação dos reajustes dos aposentados da correção anual
do salário mínimo.
Não se deram conta os
parlamentares que implementaram aquelas políticas esdrúxulas, covardes e
acomodadas, que tal procedimento, injusto e descabido, não podia mesmo dar
certo no futuro. As diferenças percentuais podiam até ser pequenas no início.
Quase não chamavam a atenção. Não tiveram, entretanto, visão responsável para
visualizarem que, futuramente, com o acumulado nas diferenças anuais existentes
nos índices de aumento entre aposentados do RGPS, ficaria inaceitável e
denunciador vivo da torpe intenção de nivelarem todas as aposentadorias em apenas um
débil e ridículo salário mínimo.
A diferença nos percentuais de aumentos dos
aposentados chegou a alcançar a casa dos 80,21%. Enquanto dois terços de segurados
tiveram de 1998 até 2015 aumentos acumulados de 200,29%, os outros, correspondendo
a um terço, tiveram um reajuste de apenas 120,08%. Quanto sandice, falta de
inteligência, insensatez, considerando que vem por parte de políticos que têm a sublime
missão de administrar o Brasil. Escolheram, oh insensatos, logo os velhos
cidadãos aposentados, para serem usados e manipulados como bode expiatório?
Assim, continua aceso o pavio da temerosa
bomba, pronta para explodir, se as últimas providências seriamente ameaçadas
pelo veto da Dilma, terminarem com mais uma derrota para os aposentados. Cabe
ao Congresso Nacional desarticular as arapucas contra os aposentados, apagando
o pavio que já está bem próximo do petardo...
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