A pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta terça-feira(19.03), mostrando elevada popularidade da presidente Dilma – o Governo aparece com 63% de aprovação – intriga alguns segmentos da sociedade não beneficiados diretamente com as benesses da política econômica em vigor nos últimos dez anos.
É o caso, por exemplo, dos aposentados do INSS com salários acima de R$ 678,00. Esse contingente, estimado em 15 milhões de brasileiros, certamente não está contemplado na pesquisa. Embora a metodologia de trabalho seja científica, ainda existem insinuações sobre manipulação de dados. Tal fato, na verdade, fica por conta da imaginação de cada cidadão ou daqueles que desconhecem como são feitas as pesquisas de opinião.
Este blogueiro, por exemplo, deixou de brigar com os números das pesquisas de opinião, e mesmo eleitorais, lá atrás, em 1989, quando sugiram os primeiros dados indicando que um governador lá das Alagoas, o fim do mundo naquele tempo, um tal “caçador de Marajás”, despontava em primeiro lugar nas pesquisas sobre as intenções de voto para Presidente da República. Eram as primeiras eleições diretas para Presidente no Brasil após a ditadura militar instalada entre nós nos idos de 1964.
Imaginava que não seria possível que o então governador Fernando Collor de Mello pudesse superar pesos pesados da política brasileira da época, casos de Leonel Brizola, Luiz Inácio Lula da Silva, Ulysses Guimarães. E tanto outros. Ele superou e ganhou as eleições. Depois, infelizmente, a história conta hoje o desastre que foi a Era Collor.
Mas vamos deixar de conversa fiada. Vejamos os fatos. As pesquisas de opinião refletem, na realidade atual do Brasil, as políticas de ascensão social e mesmo de distribuição de renda, colocadas em prática pelos sucessivos governos petistas, a partir do primeiro governo do presidente Lula, em 2002. E vem dando certo. Além do mais, como dizia o ex-ministro Delfim Netto, o czar da economia brasileira nos anos 70, época do chamado “Milagre Brasileiro”, o brasileiro vota com a mão no bolso.
Quer dizer, se a inflação estiver elevada, sem controle, que não é o caso atual, os governos tendem a ser repelidos e mesmo derrotados em eleições democráticas. No Brasil, hoje, é amplamente conhecido que os aposentados do INSS estão entre os segmentos não contemplados com a chamada justiça social – nos últimos 10 anos -, tendo salário e renda achatados.
Não poderiam ver com bons olhos qualquer governo, seja ele do PT ou “tucano”, para citar apenas dois exemplos. Na visão dos aposentados os governos estão lhes negando reconhecimento e, o pior, adotam políticas regressivas, do ponto de vista social e econômico.
No caso das pesquisas do Ibope, ou de qualquer outro instituto, talvez fosse ocaso de incluir perguntas específicas a grupos de aposentados para que as respostas, críticas e demandas gerais pudessem ser avaliadas pelo Palácio do Planalto,sem malabarismos.
Certamente, com os aposentados do INSS, o índice de aprovação seriam invertidos: mais de 63% de desaprovação.
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