Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

APOSENTADO DA VARIG QUE RESISTIU ATÉ ONDE PÔDE.. ATÉ QUE NÃO PÔDE MAIS

DO ASOV

Post do Leitor: O aposentado da VARIG que resistiu até onde pôde.. até que não pôde mais

22, março, 2013Sem comentários
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Post da leitora Marisa Pastor

MAIS UM SONHO DESFEITO DE UM APOSENTADO DA VARIG

Foi seu primeiro e único emprego. Um sonho almejado, batalhado e conquistado, comissário de bordo da Varig e mais tarde chefe dos comissários.
Conheceu várias pessoas, lugares, culturas… Morador de Ipanema, viveu dois anos em Los Angeles e voltou ao Brasil, escolhendo Teresópolis para se estabelecer, pois já não conseguia se acostumar ao calor do Rio de Janeiro. E lá, em Teresópolis, escolheu uma casa de três quartos, aconchegante e bonita, decorado a seu gosto com alguns dos pequenos objetos escolhidos na suas aventuras mundo afora.
Adorava os três cães Dobermann que criou. Ainda vivendo nessa casa, enfrentou a crise da Varig. Por sugestão da própria empresa, escolhera o plano de aposentadoria de maior valor para contribuir como beneficiário. O tempo foi passando, a crise da empresa e do fundo de pensão Aerus aumentando… Acabou vendendo o terreno ao lado da sua casa para sobreviver. Pouco depois, ainda driblando a crise, vendeu a própria casa e foi morar pagando aluguel num apartamento de dois quartos ali mesmo, em Teresópolis.

aerus-440x243-300x165Do muito que teve e perdeu, conseguiu deixar sua nova casa ainda bonita, com parte do que havia adquirido ao longo dos anos trabalhados. Falava inglês, francês, italiano, alemão e um pouquinho de japonês.
Era uma pessoa de bom coração, amigo, de bem com a vida.
Ao longo dos anos sempre viajando, e afetado pelas diferenças de fuso horário dos países por que passava, acabou necessitando de medicamentos para conseguir dormir e, com o tempo, desenvolveu uma depressão.
Acompanhava pela internet o processo sem fim da aposentadoria dos funcionários da Varig. Até quando aguentou, manteve esperanças no processo judiciário e, com a causa já ganha pelos funcionários, ainda confiava receber e continuar recebendo aquilo que lhe era de direito.
Até que, tendo que abrir mão do pouco de conforto e dignidade que conseguiu conquistar nesse apartamento de Teresópolis, perdeu as esperanças e se despediu da família e dos amigos com um bilhete escrito por computador:
” a todos vocês… PERDÃO!!!
Beto” (10.03.2013)
Ele, desistiu de esperar… Com uma dosagem absurda de remédios, já não existe mais o irmão, cunhado, tio, tio-avô e amigo…
Ele, Mário Roberto Gomes Monteiro de Barros, ou Beto, ou Mário, ou Monteiro, ou Mário Roberto, ou Mário Rob, ou Tio, ou Vovô, ou simplesmente Papai Noel, assim, ele se identificou nas duas últimas ligações que deu pra minha casa ao meu filho de 4 anos que atendeu ao telefone e veio correndo na cozinha me chamar… ” Mamãe, é o Papai Noel!!!” e eu fui atende-lo: ” Oi…?!? Oi, tio…!!!”
É, Beto… Você vai fazer falta… Já está fazendo…
Não, tio!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Essa não era a solução… ou não deveria ser… pois realmente, deveria haver e se fazer, JUSTIÇA!!!!!!!
Um grande beijo cheio de carinho e saudades da galera que pra sempre vai te amar: Paulo César, Vera, Claudette, Marilia, Márcia, Cláudio, Marisa, Jorge, Renato, Zoé, Cristina, Bernardo, Lucas, Davi, Mateus, Daniel, Paola, Rafael e Gabriel.
(sua sobrinha, MP)
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