Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

O MALOGRADO DIA DO APOSENTADO

 
Almir Papalardo
          ** O MALOGRADO DIA DO APOSENTADO **

Como ironia a espicaçar a indignação de ser perseguido pelo governo federal, o aposentado brasileiro, pertencente ao setor privado-RGPS-INSS, é obrigado a considerar o dia 24 de janeiro como o seu verdadeiro dia de comemoração cívica. - Quanta demagogia! Quanto sarcasmo - ... 

Qualquer um destes milhões de aposentados da iniciativa privada trocaria de bom grado o seu dia festivo, há dezessete anos sem ter nada a comemorar, pelo respeito e afabilidade que os nossos poderes públicos lhe pudesse proporcionar, respeitando-o e o reconhecendo como um patrimônio nacional. Sua aposentadoria deveria ser, por motivos óbvios, IMEXÍVEL, livre de achatamentos arbitrários e desconexos!! Afinal para que serve o teto máximo de pagamento do INSS, se nenhum aposentado consegue se manter nele, um verdadeiro e matreiro "pau de sebo" ?? Subir, não! Manter-se na mesma altura, também não. Descer, SIM, até que todas as aposentadorias se nivelem  a 01 (um) salário mínimo! 

O aposentado já cumpriu com méritos toda a sua missão no mercado trabalhista. Mas, dá-se justamente o contrário. Em vez de ter sua aposentadoria protegida e fortalecida na fase final da vida, passa a ser um cidadão desprezado, obrigado a engolir uma perniciosa discriminação por não atender mais aos interesses do governo, que tem a obrigação de sustentá-lo sem receber mais aquelas cobiçadas contribuições mensais, descontadas diretamente na fonte, todos os meses, por longos 35 anos.

Seu calvário se inicia logo ao se aposentar. Recebe como amargo prêmio no processo de cálculos da aposentadoria o redutor e lesivo Fator Previdenciário, que se fosse aplicado somente com o intuito de desestimular a sua intenção de se aposentar mais cedo, até poderia ser melhor compreendido e bem aceito. Mas, sabemos, não é bem assim, há intenções sórdidas por traz disto!

Sua malfadada aposentadoria jamais ficará nivelada ao número de salários mínimos obtidos por ocasião dos cálculos pertinentes, jamais manterá o mesmo valor inicial atualizado, devido a este indecente e despropositado critério de ter seus proventos corrigidos com percentuais menores à correção do salário mínimo, o que não acontece com os outros dois terços de aposentados, demonstrando acintosa e preconceituosamente a existência de tratamentos desiguais entre aposentados cadastrados no mesmo RGPS.

E não fica resumido só nisto a má vontade política que somos obrigados a aceitar! Abala-nos psicologicamente as mais sórdidas manobras efetuadas para nos afastar da possibilidade de conseguirmos reconquistar algum direito surrupiado. Mantém-nos, de mãos atadas, desestruturando seriamente a nossa alto estima, constrangendo-nos e oprimindo-nos, não permitindo que nossos projetos de alforria possam sequer chegar as pautas de votação.

E ainda querem tapar o sol com a peneira jogando areia nos nossos olhos, empurrando-nos como falsa lealdade, o “Dia do Aposentado” como se ele fosse capaz de nos acalmar, silenciando-nos! Exigimos sim, ações mais concretas de reconhecimento e justiça, como a manutenção do nosso poder aquisitivo, e não datas festivas, ilusórias, abstratas, que em nada condizem com a verdade verdadeira...

Queremos sim, o fim do Fator Previdenciário e o fim desta maluquice perniciosa de corrigir as aposentadorias do setor privado com dois percentuais diferenciados, por ocasião das atualizações anuais! Quem, entre  nossos Três Poderes,será o primeiro  a  se pronunciar, desligando-se desta maldita e desqualificada  perseguição ao aposentado do INSS?...
 
 

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