Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

O REINÍCIO DOS TRABALHOS LEGISLATIVOS


Almir Papalardo
*** O REINÍCIO DOS TRABALHOS LEGISLATIVOS ***

Terminado o recesso no Senado Federal e na Câmara dos Deputados no próximo dia 31 de janeiro, voltam sonolentos(*)  os parlamentares as suas atividades costumeiras, para cumprirem a legislatura de 2015.
.
Sabemos que poderá ser um ano igualzinho aos anos anteriores, quando poucos se interessam de fato pelo bem estar da população, visando mais os seus interesses pessoais (vide o aumento de 26% que se concederam num piscar de olhos no final de 2014), enquanto estipulavam para o salário mínimo apenas 8,8% de correção. Como sempre  não  querem dividir a cota de sacrifícios com todas as camadas de trabalhadores, puxando, sem titubear e em benefício próprio, a "brasa para a sua sardinha", ou, justificando o dito popular, "farinha pouca meu pirão primeiro".

Mas, sempre fica uma tênue esperança do povo iludido acreditando na sua santa ingenuidade que no corrente exercício de 2015, tudo será diferente. Eles virão mesmo mais cônscios de suas responsabilidades? Mais sensíveis aos direitos do cidadão menos favorecido? Temos que acreditar!

Virão preocupados em apagar a péssima repercussão causada pelo despropositado aumento de 26% que aprovaram em benefício próprio, enquanto brigaram para não ceder mais de 788 reais na atualização do salário mínimo?

Existem projetos escondidos no fundo das gavetas do Congresso, de grande interesse de categorias prejudicadas, mofando há vários anos na Câmara dos Deputados por não haver um mínimo de boa vontade política dos líderes partidários do governo, para que tais projetos possam pelo menos terem seu futuro decidido através de votações plenárias de praxe!

E que projetos são esses? Torna-se até redundância afirmar que são os sabotados projetos dos aposentados do RGPS-Setor urbano. Aliás, quanto aos aposentados do setor privado, o Congresso por questão de justiça e transparência, tinha a obrigação moral de consertar a insensatez que cometeram em 1998, quando por falta de uma visão estadista e total falta de inteligência administrativa, tiveram o desplante de desvincular o reajuste das aposentadorias do aumento do salário mínimo, sem se aperceberem que tal disparate, num futuro próximo, iria causar sérios conflitos na paz social brasileira. 

O Brasil retrocedeu, agindo como um "cego em tiroteio", ao adotar o esdrúxulo critério de corrigir as aposentadorias com dois percentuais diferenciados, coisa que não vemos acontecer em nenhuma outra grande empresa empregadora, ou que seja adotado em um outro país deste planeta. É a assinatura e concordância de total incapacidade administrativa. 

O Brasil tornou-se pioneiro em lesar velhos trabalhadores, que com toda a certeza jamais será seguido por outros países que preservam e valorizam seus aposentados. Não tiveram a sensibilidade de perceberem que estariam prejudicando a um terço de velhos aposentados do RGPS, numa fase da vida em que  mais precisam de respaldo.
 
Que cérebro prodigioso foi capaz de planejar o nivelamento de todos as aposentadorias do setor privado em apenas um salário mínimo? Sim, é esta a intenção dos gênios da obtusidade. Conseguiram reduzir o teto máximo de 20 para 10 salários mínimos. Não satisfeitos, reduziram-no  para 06 salários mínimos. Observemos a malandragem embutida nesse nocivo sistema: o aposentado que recebia 20 salários mínimos, teve os seus benefícios reduzidos para 10 salários mínimos, e agora, recebe mais ou menos 06 salários mínimos e não vai parar por aí! 

O seu prejuízo que foi além do que poderia se esperar, teria que ser liberado da perseguição. Não poderia mais ficar aquém do teto máximo da Previdência. Teria que ficar fora desta lesiva sistemática. Mas, isto não acontece. Continua esse aposentado a ter anualmente novas perdas nos seus  proventos, onde chega-se facilmente a conclusão que querem todas os aposentados nivelados apenas ao piso mínimo, daí a certeza que o piso máximo pago pela Previdência é uma enganação sem precedentes!  E o pior é que ninguém enxerga esta manobra vergonhosa, não tendo, até agora, ninguém com coragem suficiente para tentar estancar tal imoralidade. 
 
O Congresso estará  iniciando os seus trabalhos com um grande número de cadeiras renovadas.
O Senado teve a renovação de 27 novos senadores. Já a Câmara dos Deputados teve a renovação de 223 novos deputados, que correspondem, respectivamente, a 33% e 43,5%. Vamos ver se com estas mudanças no Parlamento, o preconceito e a discriminação contra o indefeso aposentado da iniciativa privada, possa ser efetivamente enfraquecido nas suas raízes fincadas com profundidade no solo.

(*) A expressão acima quer dizer: se retornarem ao Congresso descartando novamente o aposentado, a bola da vez, não acordaram ainda, continuando adormecidos numa profunda e pesarosa letargia...  

0 comentários:

Postar um comentário