Correção do salário mínimo achata benefícios dos aposentados que ganham acima do teto
9, janeiro, 2015 
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Os 4,2 milhões de 
aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do salário mínimo terão 
reajuste de 6,5% este ano pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), menor 
do que o grupo de 21 milhões que recebe o piso previdenciário, cujo aumento foi 
de 8,8%. Pelas estimativas da Confederação Brasileira de Aposentados e 
Pensionistas e Idosos (Cobap), mais de 600 mil segurados serão rebaixados neste 
ano, e passarão a receber o mínimo. Até 2025, a entidade estima que todos os 
beneficiários da Previdência Social serão nivelados pelo salário mínimo. 
Desde 1994, com a 
política de valorização do salário mínimo, os aposentados e pensionistas que 
ganham acima do piso previdenciário acumulam perdas financeiras. De acordo com a 
Cobap, entre setembro de 1994 a janeiro de 2014, as perdas totalizaram 81,77%. 
No ano passado, 372 mil beneficiários foram rebaixados e tiveram o benefício 
reduzido ao mínimo. Isto acontece porque quem ganha acima do mínimo só recebe a 
reposição da inflação pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). 
O presidente da 
Cobap, Warley Martins Gonçalles, diz que a política de correção dos benefícios 
previdenciários é injusta e desigual. Ele pondera que as pessoas que contribuem 
com valores acima do mínimo estão sendo penalizadas ao longo dos anos. “Já que o 
governo quer aplicar o reajuste diferente deveria editar uma lei para que todos 
paguem o INSS pelo salário mínimo. O trabalhador está sendo enganado. É injusto 
pagar uma contribuição maior e quando se aposenta receber o mínimo.” 
Desde o dia 1º de 
janeiro quando passou a valer o salário mínimo de R$ 788, o Ministério da 
Previdência Social divulgou uma portaria alterando o valor do piso 
previdenciário. O novo valor será pago aos aposentados e pensionistas do INSS 
que ganhavam R$ 724 até dezembro. Pelo calendário do INSS, a folha de benefícios 
será paga entre 26 de janeiro e 6 de fevereiro. O MPS aguarda a divulgação do 
IPCA de 2014, na sexta-feira, pelo IBGE, para aplicar o reajuste dos benefícios 
acima do mínimo. 
As centrais 
sindicais tentam negociar com o governo o projeto de lei (PL 4.434/08) de 
autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que cria um índice de correção para 
garantir o reajuste dos benefícios previdenciários de acordo com o aumento do 
piso mínimo pago pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS). O texto mantém 
a paridade entre o valor das aposentadorias e pensões e o número de salários 
mínimos na data de concessão do benefício. A proposta prevê ainda o período de 
transição de cinco anos para que as perdas sejam totalmente recuperadas. A 
proposta já foi aprovada na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara 
dos Deputados. 
 
 
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