Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

Brasil Dignidade


Recentes estudos da FIESP revelam que o "Brasil é o 1º em encargos trabalhistas". A incidência é de 32,4% sobre os proventos (20% Previdência Social;+8,8% seguro acidentes do trabalho e salário educação;+FGTS; indenizações trabalhistas;
e 'benesses' como o 13º e abono férias). Foram elencados 34 países nesta comparação e cita que o "peso médio dos encargos, sobre a mão de obra na Europa é de apenas 25%".

Esse posicionamento não é ocasional da FIESP que e busca lograr no momento em que o governo discute a possível desoneração da folha de pagamento. A analogia da entidade patronal é demeritória e tendenciosa ao fundamentar juízo na expressão relativa (%) para os encargos, definindo assim o que é maior, ou menor dentro da formação de preços. O valor da mão de obra é tido na composição de custos pelos proventos acrescidos de encargos. A incidência de 25%, em média na Europa sobrevém a salários extraordinariamente superiores aos nossos; e aqui, os declarados 32,4% pela FIESP são aplicados a um salário médio de R$ 1.800,00, o que equivale a € 750,00. Este valor mal atinge o mínimo referendado pelos mercados europeus. A carga horária é outro fator na inferência da questão, e que mais importa - custo/hora; afinal, aqui no Brasil se trabalha no mínimo 10% a mais e sob salários/hora reais mais baixos. O referido estudo dá entendimento que o 13º salário e férias são encargos sociais exclusivos no Brasil. É um acinte, pois existem de forma legalmente instituídos na quase totalidade das economias desenvoltas e, e quando não, é comum estarem dentro dos planos de benefícios concedidos pelas organizações. Nas economias em que não existem; com ênfase aos demais BRICS, não se convém qualquer analogia sobre a remuneração/encargos da mão de obra, pois esses países estão distantes do alinhamento da OIT. Caso contrário se convencionará que o melhor balizamento para o custo da mão de obra competitiva seja a escravidão.

Assim não há que se equivocar com a aparência, lançando um véu sobre a realidade através de discursos alarmistas e sem provimento. Os encargos sociais em folha de pagamento, e que são parte das fontes de financiamento do Orçamento da Seguridade Social-OSS (previdência, saúde pública e assistência social) não devem ser objeto central das discussões que busquem atenuar os efeitos negativos sobre a competitividade dos produtos brasileiros. Se há falta de competividade, a análise deveria evidenciar os desvios na formação dos "preços ex-fábrica" (sem impostos) entre produtos similares. Assim todos os fatores estarão presentes a questão: escala produtiva; know-how; logística fundamentada na infraestrutura de cada país e até a competência da gestão empresarial. O grande apelo no momento do empresariado é o cenário de valorização cambial; porém ele não imputa lógica explicativa e exclusiva aos encargos sociais; ao contrário, evidenciam-se neste cenário as nossas ineficiências crônicas em infraestrutura: transportes, portos, e custos elevados de insumos básicos como energia etc. Várias outras questões poder-se-ia aludir ao raciocínio dirigido da entidade patronal, e que aponta pelo requisitar do alvissareiro paternalismo estatal; destarte nada consta que quando o câmbio foi favorável aos reclamantes, eles contribuíram mais com OSS e/ou remuneraram melhor a mão de obra.

Convergem-se ao cerne da questão que é maximização de lucros aproveitando-se também do discurso lançado por sindicalistas sobre os riscos da desindustrialização do país. Passa valer, e deve prevalecer a bem da nação, a "regra de padaria": "quem não tem competência que não se estabeleça e nem atrapalhe a vida de outrem".

Oswaldo Colombo Filho

Jornal O Estado de S.Paulo -04/08/2011

Brasil Dignidade

http://movimentobrasildignidade.blogspot.com/2011/08/desoneracao-da-folha-de-pagamento.html Vide quadro de evolução das perdas das aposentadorias acima do piso previndenciário desde o plano Real (junho de 1994)

1 comentários:

As tais Federações, como a Fiesp, Fiemg, etc, choram sempre de barriga cheia. O prejuizo que elas dizem ter é quando seus lucros caem de 1000% para 950%. São verdadeiros exploradores os pseudo empresários brasileiros. Não diferem em nada dos banqueiros e da classe política. Aliás são inumeros os políticos empresários. Usam e abusam da mão de obra escrava. Como o próprio governo, em relação aos professores. Uma vergonha. Aqui em Minas o tal de Anastasia se nega a pagar o piso real e depois gasta rios de dinheiro com propaganda enganosa na imprenssa, jogando a opinião pública contra os professores. É só ver os contra cheques prá notar como o "cretino" está mentindo. Embora seja do PSDB, o "sujeitinho" fez escola com Luís Inácio e sua turma. É o que acontece com Aposentados, Pensionistas e Aposentáveis, não importa o partido, 99,9% dos "nobres
parlamentares", não querem nem ouvir falar nos projetos trancados na gaveta do "CALHORDÃO" Marco "Mala" digo Maia. Isto é uma demonstração àqueles que criticam quando eu digo que voto certo é o voto nulo. Não importa a que partido pertença, todo político brasileiro está contaminado. Para acabar com o vírus só existe uma vacina, o voto nulo, pelo menos em cinco eleições seguidas, no mínimo. Fico imaginando se os "babacas" conseguissem somente os votos dos parentes, de empregados e dos "puxa saco", seria uma coisa sensacional. Infelizmente o povo não pensa assim. Tenho certeza que se Luís Inácio se candidatar nas próximas eleições presidenciais, o "GADO BRASÍLIS" vota em massa nele. Eu nunca vi gostar de MERDA assim. A quantidade de políticos a mais de vinte anos sendo sempre reeleitos é enorme. Muitos já estão no poder a mais de 30 anos. Um camarada igual ao senador Paim que vem usando e abusando do nome de Aposentados, Pensionistas e Aposentáveis é o caso típico. Ao fim do mandato atual ele completará 32 anos de vida pública. Eu pergundo, responde quem puder. Ele conseguiu algo efetivamente até o momento? Quando o amiguinho dele Luís Inácio, covardemente vetou a MP 475, por um acaso, ele intimou o "Cumpanheiro" a não fazê-lo? Claro que não. Borrou as calças e ainda ficou falando abobrinhas no plenário do Senado Federal. E assim são todos os outros. Duvido que qualquer um deles deixará de votar quando o assunto for relacionado a Copa de 2014, Trem bala, Olimpiádas etc. Eles sabem que isto agrada ao "povão bobão". Como as pessoas de bom senso não atingem nem 5% do eleitorado, a conclusão que se chega é que não adianta falar, falar, pois nada mudará. Continuaremos ainda por muitos séculos sendo explorados pelos poderosos, a não ser que o Homem desça novamente e dê um basta na ORGIA.


V. M. - BH -

 

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