Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

IDOSOS: Confissões e revoltas de um Humano Coração

Caminho vagarosamente pelas ruas de cabeça baixa,
a ver tristemente as pedras das calçadas escuras e
esburacadas, da cidade um dia maravilhosa por onde ando.

Fez-se escuridão. Prossigo já com passos inseguros. Mesmo o negrume da noite não me pode deter.
Há que prosseguir.
Ignoro quando chegarei ao final deste meu Caminho.

Paralelo ao meu há outro, mais largo, percorrido por seres que
parecem felizes, mas são maus, injustos e impuros.

Meu Deus! Onde estão os bons, Senhor, ONDE? …Onde?
São poucos os que tenho encontrado… tão poucos… e destes, a maioria ignora o irmão a sofrer que tem ao seu lado.

Habituou-se o povo, à solidão e ao esquecimento que lhe foram
legados pela crueldade do destino, dos governantes e do Tempo…

A maldade dos seres das trevas atua sem descanso no Mundo inteiro e tenta destruir a humanidade com suas mentiras, guiados por seus ínsitos egoismo e sordidez. Envergam despudoradamente a persona da Falsidade.

Onde a solidariedade?… A fraternidade?… A amizade?…
A generosidade?… A caridade?… ONDE, Senhor, ONDE?…

A “Senhora Bondade” está só.

Caminho a esmo, não sei para onde vou. Mesmo assim sigo em frente. Dói-me fundo e queima-me a alma, a JUSTIÇA deixar de ser feita pelos que deveriam distribuí-la por obrigação de ofício.

Dói-me constatar o governo ’esquecer’ suas promessas e, sem piedade ou respeito algum comandar literalmente o genocídio de nossos idosos, ao não reconhecer-lhes os direitos conquistados com o suor de seu trabalho e as décadas de contribuição para o “Instituto da Salvação”.
Tudo devidamente consagrado por nossa Federal Constituição!
Dói-me forte deveras, ver legisladores submissos, muitos até coniventes com o poder de um presidente arbitrário e desumano, que se julga Senhor da Vida e da Morte absurdamente, e a esta condena, impiedosa e lentamente, os mais velhos, os que trabalharam na construção deste país magnífico e gigantesco, mas que continuará a ter pesadelos em seu ’berço esplendido’ ’pela eternidade afora…

SE os homens de bem não tomarem o leme desta nossa majestosa e amada Nau Errante, desviada da rota certa insistente, maliciosa e reiteradamente, pela grande maioria dos membros dos Poderes e de muitos de seus irresponsáveis governantes.


Mirna Cavalcanti de Albuquerque OAB/RJ 004762
Rio de Janeiro, 10 de junho de 2010

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