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Reinaldo Azevedo
Atenção, 
leitores!
Seus direitos, neste 
exato momento, estão sendo roubados, solapados, diminuídos. A menos que você 
seja um membro do MTST, do MST, de uma dessas siglas que optaram pela 
truculência como forma de expressão política.
De mansinho, o PT e 
a presidente Dilma Rousseff resolveram instalar no país a ditadura petista por 
decreto. Leiam o conteúdo do decreto 8.243, de 23 de maio deste ano, que cria uma tal 
“Política Nacional de Participação Social” e um certo “Sistema Nacional de 
Participação Social”. O Estadão escreve nesta quinta um excelente editorial a respeito. Trata-se de um texto 
escandalosamente inconstitucional, que afronta o fundamento da igualdade perante 
a lei, que fere o princípio da representação democrática e cria uma categoria de 
aristocratas com poderes acima dos outros cidadãos: a dos membros de “movimentos 
sociais”.
O que faz o decreto 
da digníssima presidente? Em primeiro lugar, define o que é “sociedade civil” em 
vários incisos do Artigo 2º. Logo o inciso I é uma graça, a saber: “I – 
sociedade civil – o cidadão, os coletivos, os movimentos sociais 
institucionalizados ou não institucionalizados, suas redes e suas 
organizações”.
Pronto! Cabe 
qualquer coisa aí. Afinal, convenham: tudo aquilo que não é institucional é, por 
natureza, não institucional. Em seguida, o texto da Soberana estabelece que 
“todos os órgãos da administração pública direta ou indireta” contarão, em seus 
conselhos, com representantes dessa tal sociedade civil — que, como já vimos, 
será tudo aquilo que o governo de turno decidir que é… sociedade 
civil.
Todos os órgãos da 
gestão pública, incluindo agências reguladoras, por exemplo, estariam submetidos 
aos tais movimentos sociais — que, de resto, sabemos, são controlados pelo PT. 
Ao estabelecer em lei a sua participação na administração pública, os petistas 
querem se eternizar no poder, ganhem ou percam as eleições.
Isso que a 
presidente está chamando de “sistema de participação” é, na verdade, um sistema 
de tutela. Parte do princípio antidemocrático de que aqueles que participam dos 
ditos movimentos sociais são mais cidadãos do que os que não participam. 
Criam-se, com esse texto, duas categorias de brasileiros: os que têm direito de 
participar da vida pública e os que não têm. Alguém dirá: “Ora, basta integrar 
um movimento social”. Mas isso implicará, necessariamente, ter de se vincular a 
um partido político.
A Constituição 
brasileira assegura o direito à livre manifestação e consagra a forma da 
democracia representativa: por meio de eleições livres, que escolhem o 
Parlamento. O que Dilma está fazendo, por decreto, é criar uma outra categoria 
de representação, que não passa pelo processo eletivo. Trata-se de uma 
iniciativa que busca corroer por dentro o regime democrático.
O PT está tentando 
consolidar um comissariado à moda soviética. Trata-se de um golpe institucional. 
Será um escândalo se a Ordem dos Advogados do Brasil não recorrer ao Supremo 
contra essa excrescência. Com esse decreto, os petistas querem, finalmente, 
tornar obsoletas as eleições. O texto segue o melhor padrão da ditadura 
venezuelana e das protoditaduras de Bolívia, Equador e Nicarágua. Afinal, na 
América Latina, hoje em dia, os golpes são dados pelas esquerdas, pela via 
aparentemente legal.
Inconformado com a 
democracia, o PT quer agora extingui-la por decreto.
 
 
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