Companhia dos Aposentados

Tribuna dos Aposentados, Pensionistas e Trabalhadores do Brasil

DEBATE POLÍTICO-ELEITORAL CONVERSA DE COMPADRES

É precisamente isto que estou dizendo, conversa de compadres, foi no que resultou o famigerado espetáculo. Perdemos duas horas e meia de precioso e repousante sono ouvindo conversa fiada, pré-combinada, para não comprometer os participantes. Jogo de futebol entre dois times, os quais não tinham o mínimo de interesse pelo resultado. Era só para cumprir tabela.

A primeira falha foi da TV BAND cujo objetivo principal com a promoção do evento era o de se promover, de aparecer, de se projetar no cenário da comunicação, de marcar ponto na disputa pela maior audiência. Por isto, montou grande aparato publicitário em torno do negócio. Ligou os foles da propaganda, agitou a ventania da expectativa, riscou os céus com os relâmpagos das novidades, mas produziu pouca chuva de idéias, apenas chuviscos, o bastante para frustrarem a esperança daqueles que sonhavam com alguma melhoria na umidade relativa da estorricante atmosfera política nacional.
Primeiro erro. Marcaram o debate coincidindo com uma noite de futebol entre dois times em disputa pela Taça Libertadores. Entre futebol e política o brasileiro aposta no futebol que ganha, de lambada, na preferência. Só com este erro afastaram milhões de eleitores da oportunidade de ouvirem, alguma coisa que poderia ter sido de interesse nacional. Por este lado, o torcedor futebolístico até que saiu ganhando porque, do debate, nada se aproveitou como esforço para atenuar o analfabetismo político que medra em nossa sociedade.

O segundo erro consistiu na preocupação de transformar o mais corriqueiro acontecimento político em cena de atração apocalíptica. Os candidatos que, aparentemente traziam em suas pastas propostas para melhorar a vida do povo, inclusive no transporte, chegaram ao local do debate, cada um por sua vez, encarapitado em helicópteros diferentes. Magnífico exemplo. É assim que será, pareciam insinuar, quando formos presidentes: helicópteros para nós e carroças para vocês seus otários. É assim que resolvemos o gravíssimo problema do transporte. Aleluia, carne no prato e farinha na cuia. Enquanto o cortejo se agita nas cúpulas, as massas rolam pelas ruas e avenidas da metrópole, a pé, em demanda dos ranchos onde se escondem ou do hospital que procuram, não para se tratarem, mas para morrerem. Lá, no livro da sabedoria popular, continua escrito: “BEM PREGA, FREI TOMAZ, FAZEI O QUE ELE DIZ, MAS NÃO O QUE ELE FAZ.”

De posse da palavra que lhe era oferecida pela BAND, o candidato PLINIO SAMPAIO, bem vestido, meio contra feito, reclamou da discriminação praticada contra ele pelos outros candidatos. Sua bronca era contra a má distribuição de rendas no País. Gostaria de saber qual é a renda do Sr. Plínio para compará-la com a minha de aposentado que estou sem dinheiro até para extrair um dente que me dói. O primeiro protesto que ele deveria ter formulado seria contra esta vergonhosa discriminação no uso de helicópteros praticada por candidatos ao governo de um dos povos mais carentes do mundo em serviços de primeira necessidade.

O terceiro erro se qualificou pela preocupação em ostentar organização na divisão do debate em módulos, de conferir, com rigor, a contagem do tempo concedido a cada candidato, em prejuízo do principal que consistia em apresentar soluções e não empurrar para debaixo dos tapetes a verdade ou as verdadeiras intenções de cada candidato. Os candidatos consumiram o tempo inteiro do debate na embromação, no esconde esconde, com a preocupação de olhar bem onde punham o pé para não escorregar ladeira abaixo. Demoraram naquela conversinha miúda de quem pesquisa o sexo dos anjos. Sonhei com o momento em que algum dos candidatos soltasse a franga no meio do picadeiro e dissesse de peito aberto que assumia a responsabilidade perante a Nação de fazer justiça aos aposentados, de respeitar seus direitos, de restituir-lhes o que até agora lhes foi roubado e de apresentar a documentação que comprova a ligação do PT com as FARCs e do comprometimento de LULA com as DITADURAS na América Latina e demais simpatizantes. Nada disto aconteceu porque, nos tais debates falta peito e sobra farofa.

O candidato PLINIO reclamou muito da discriminação, mais contra ele do que contra o povo, acomodou-se com ser figura decorativa no debate e aproveitou-se da brecha para dizer que ainda estava vivo, e só.

Dona MARINA, virou, mexeu, mas no final, acabou por dizer ao que veio. O que sonha mesmo é ser a primeira mulher negra a ser Presidente do Brasil. Grande solução para os aposentados...

O SERRA continuou na dele, cozinhando velhas táticas, ao invés de fazer o DNA e assumir de vez a paternidade de suas idéias, sejam lá quais forem e de dar nomes às suas convicções. Ele só disse que o Brasil pode fazer mais, mas não disse qual é “o mais”. É ai que o bicho pega.

A DILMA, com boné de maquinista, ficou acendendo as caldeiras do TREM BALA. Só que o TREM É PARA ELA, mas a BALA é para dar o TIRO DE MISERICÓRDIA na economia do povo. É outra que sonha com ser a primeira GUERRILHEIRA a ser “Presidenta” do Brasil para incorporar o Nordeste ao território brasileiro.

E sobre os jornalistas da BAND, o que poderemos dizer? Nem pipoca. Dois piruás no fundo de uma panela vazia, cheirando azeite de “mamona”. Vamos mamar gente, porque a entre safra leiteira está generosa e os úberes da mãe Pátria estão esguichando leite gordo.

Por estes dias ouvi um Juiz de Direito gabando-se de que votará na Dilma por interesses pessoais. Sei lá que interesses são estes!... A troco de uma dentadura ou de um par de botinas não pode ser porque Sua Excia. ganha muito bom salário. Trata-se de coisa mais cabeluda que alguém lhe soprou nos ouvidos. É este o analfabetismo político de que falamos antes.

Mas não é só. De um trabalhador este duplamente analfabeto, ouvi que votava na Dilma porque recebia bolsa família e porque acabara de receber mil reais do cabo eleitoral para assim proceder.

Isto é mais verdade do que se pensa. Compra-se voto mais do que mexerica pocan no tempo da safra. Há muita gente chupando mexerica e esperando pela BALA DO TREM.
É incrível, mas é Brasil. Será que o Ministério Público também chupa mexerica pensando que é jabuticaba? Eu prefiro limão que não é doce, mas anti-corrosivo.

José Cândido de Castro
Agosto de 2010

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