O povo paga>>>
ATUALIZAÇÃO EM 19/06/2015: O governo socialista do PT e a aposentadoria para quando você for morrer
Qualquer cidadão precisa trabalhar 30 ou 35 anos para se aposentar. 
Os políticos brasileiros, porém, não são cidadãos comuns e asseguram 
pensão especial com muito menos tempo.
REVEJA/PARANÁ: Governador por apenas 9 meses, Olando Pessuti recebe mais de R$ 25 mil por mês de aposentadorias 
REVEJA: Lula e outros recebem gordas aposentadorias 
No Congresso, 242 deputados e senadores conseguiram a aposentadoria a
 partir de oito anos de contribuição. Para governadores da maioria dos 
estados, basta um mandato de quatro anos. Em muitos casos, apenas alguns
 meses no cargo já garantem o privilégio.
A despesa é paga pelo contribuinte. O Instituto de Previdência dos 
Congressistas (IPC) foi extinto em 1999, mas continua a sangrar os 
cofres públicos. Tinha um enorme déficit atuarial – o popular rombo – 
quando foi liquidado. Como é costume no Brasil, a conta foi apresentada à
 “viúva”, à União.
Como um zumbi, o instituto já consumiu R$ 2 bilhões – em 
valores atualizados – nos últimos 16 anos. A cada quatro anos, surgem 
novos pensionistas. Ocorre que o parlamentar que estava no mandato no 
momento da extinção do IPC pode continuar contribuindo para o Plano de 
Seguridade Social dos Congressistas. Quando deixa o Congresso, pode 
pedir a aposentadoria pelas convidativas regras do IPC. Só no ano 
passado, o gasto total ficou em R$ 116 milhões, com o benefício de 2.237
 segurados, sendo 549 ex-parlamentares e 542 dependentes.
Além disso, todo reajuste dos salários dos deputados e senadores é 
repassado para as aposentadorias. Neste ano, o aumento foi de 26,34%. A 
pensão de maior valor ficou em R$ 33,7 mil. Por fim, com a morte do 
ex-parlamentar, a viúva ou os filhos passam a receber pensão. No momento
 da extinção, eram 2.769 pensionistas. Atualmente, são 2.237.
A Revista Congresso em Foco teve acesso à folha de pagamento dos 
aposentados e pensionistas do IPC pagos pela Câmara dos Deputados. No 
Senado, os valores pagos estão registrados no Portal de Transparência, 
mas os pagamentos precisam ser acessados um a um. Os dados foram 
cruzados com as pensões concedidas por 13 estados, pelo Tribunal de 
Contas da União (TCU) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A situação é agravada porque há várias situações em que as 
aposentadorias se acumulam. O ex-senador Antônio Carlos Konder Reis, por
 exemplo, recebe R$ 33,7 mil pelo IPC e mais R$ 23,8 mil por ter sido 
governador biônico por Santa Catarina, durante a ditadura militar. O 
ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) acumula a aposentadoria do IPC, no 
valor de R$ 30,8 mil, com a pensão especial de R$ 30,4 mil por ter sido 
governador de Pernambuco.
Por ter deixado o Senado, o ex-presidente da República José Sarney 
terá à disposição duas aposentadorias, uma pelo IPC, no valor máximo do 
instituto, e outra como ex-governador do Maranhão, no valor de R$ 24 
mil. A filha, Roseana Sarney, que deixou o governo em dezembro do ano 
passado, também receberá pensão como ex-governadora do Maranhão. Já 
usufrui da aposentadoria de R$ 23 mil como analista legislativo do 
Senado.
E haja grana
A fartura é tanta que uma viúva recebe pensão de dois estados e ainda
 do IPC. Maria Guilhermina Martins Pinheiro, que foi companheira do 
ex-governador Leonel Brizola nos últimos dez anos da sua vida, recebe 
pensão de R$ 30,4 mil do governo do Rio Grande do Sul e mais R$ 21,8 mil
 do estado do Rio de Janeiro. Brizola governou os gaúchos na década de 
60 e os fluminenses por duas vezes, nos anos 1980 e 1990.
Em 2008, Guilhermina conseguiu do Ministério da Justiça a declaração 
de Brizola como anistiado político. Com isso, foram considerados no 
cálculo da aposentadoria do IPC os dois anos que ele passou no exílio a 
partir de 1964, quando ele era deputado federal pela Guanabara. Ela 
recebe hoje pensão de R$ 12,8 mil pelo instituto.
O ex-governador Alceu Collares (PDT-RS) recebe R$ 30,4 mil pelo 
governo gaúcho e mais R$ 13 mil pelo IPC. Além disso, ganha mais R$ 21 
mil pela participação no Conselho de Administração da Itaipu Binacional,
 que se reúne a cada dois meses, fora as convocações extraordinárias. O 
colega Germano Rigotto tem a aposentadoria do governo gaúcho e mais um 
reforço de R$ 8,7 mil do instituto.
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, tem direito à aposentadoria de 
R$ 19,3 mil como ex-governador da Bahia e a outra em torno de R$ 10 mil 
pelo IPC, mas não vai poder usufruir dos benefícios porque receberia 
acima do teto constitucional, o que é vedado pelo governo federal. Ele 
ainda estuda se vai utilizar parte da pensão do IPC para completar o 
teto, somando com o salário de ministro. Mas não sabe se terá alguma 
perda com o Imposto de Renda pelo fato de ter duas fontes de renda.
Outro que está indeciso é o ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo
 Alves (PMDB). Ele informou, por meio da sua assessoria, que ainda 
estuda se vai pedir a aposentadoria pelo IPC, no valor de R$ 33,7 mil. O
 ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS) já tem direito à aposentadoria de R$ 
30,4 mil como ex-governador. Mas ele havia aberto mão do benefício e 
recebia apenas o salário de senador. Agora, terá direito a pensão 
integral do IPC. O seu gabinete informou que ele ainda vai decidir se 
solicita a aposentadoria.
Mais viúvas
Há vários casos de viúvas com pensões acumuladas. Maria de Lourdes 
Fragelli, viúva do ex-presidente do Senado e ex-governador nomeado do 
Mato Grosso José Fragelli (PMDB-MT), recebe R$ 6,5 mil pelo IPC e R$ 
13,8 mil do governo mato-grossense. Viúva do ex-senador e ex-governador 
José Richa (PSDB-PR), Arlete Vilela Richa tem uma renda maior: R$ 13,3 
mil pelo instituto e mais R$ 26,5 mil pelo governo paranaense.
Alba Muniz Falcão, viúva do ex-governador e ex-deputado federal Muniz
 Falcão, recebe R$ 28,8 mil do governo alagoano e R$ 16 mil do IPC. 
Outro caminho para o acúmulo de aposentadorias é a passagem pelo 
Tribunal de Contas da União (TCU).
O ex-senador Valmir Campelo deixou o Congresso em 1997 e foi para o 
Tribunal de Contas, onde permaneceu por 16 anos e meio. Antecipou a sua 
aposentadoria em abril do ano passado para assumir o cargo de 
vice-presidente de Governo do Banco do Brasil. Hoje, tem a aposentadoria
 integral do TCU, R$ 37,7 mil, mais a pensão de R$ 12 mil paga pelo 
instituto. O ex-senador José Jorge (DEM-PE) já contava com aposentadoria
 pelo IPC quando deixou o mandato, em janeiro de 2007. Foi nomeado 
ministro do TCU dois anos mais tarde.
Após cinco anos e dez meses no cargo, assegurou uma aposentadoria 
integral no valor de R$ 37,7 mil e outros R$ 17,5 mil pelo instituto. O 
ex-senador Iram Saraiva (GO) deixou o mandato em agosto de 1994 e foi 
direto para o TCU, onde exerceu o cargo de ministro por nove anos. Tem 
hoje uma aposentadoria de R$ 22,1 mil pelo IPC e mais a pensão de R$ 
43,9 mil do tribunal. O ex-deputado Humberto Souto (PPS-MG), que foi 
líder do governo Fernando Collor, teve seis mandatos consecutivos como 
deputado federal, até 1995. Foi, então, para o TCU, onde permaneceu por 
quase nove anos como ministro. Voltou para a Câmara em 2007. Hoje, tem 
direito à aposentadoria integral do tribunal e mais R$ 27,8 mil pelo 
IPC. 
(Fonte: Infomações de Congresso em Foco)