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GOVERNO OMITIU DAS CONTAS R$37 BILHÕES EM PEDALADAS, DIZ TCU


Carlos Newton
A decisão inédita do Tribunal de Contas da União (TCU), ao adiar o julgamento das contas de 2014 do governo federal, representa um descumprimento de seu próprio Regimento, mas esta falha nem será contestada, por ter sido um ato político deferido por unanimidade para dar sustentabilidade à futura rejeição das contas e consequente afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Houve uma série de explicações técnicas sobre a inusitada decisão, o relator da matéria, ministro Augusto Nardes, chegou a dizer que o tribunal está entrando numa “nova fase’, em função do aprimoramento técnico da equipe de auditores do tribunal. Mas é só conversa fiada, uma coisa nada tem a ver com a outra.
O que na verdade ocorre é que a aprovação de um parecer pedindo ao Congresso Nacional a rejeição das contas presidenciais de 2014, na prática, significa comprovação da ocorrência de crime de responsabilidade, exatamente o argumento jurídico que se alega estar faltando para incriminar e cassar Dilma Rousseff.
A equipe econômica tem agora 29 dias para tentar explicar o inexplicável. Segundo o relator Augusto Nardes, as contas “não estão em condições de ser apreciadas” e o prazo dado pelo TCU é para que a presidenta Dilma Rousseff e sua equipe esclareçam, por escrito ou pessoalmente, as provas apontadas pelo tribunal de que teriam descumprido as leis de Responsabilidade Fiscal e Orçamentária Anual, além da própria Constituição.
ILEGALIDADES CONTÁBEIS
As declarações de Nardes sobre as ilegalidades contábeis do governo são claras e significativas.“Agora temos gente mais especializada e uma reserva intelectual que pode em muito auxiliar a nação. Temos agora bagagem para fazer auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi descoberto, é porque não tínhamos implantado isso”, afirmou o ministro, acrescentando: “Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas fiscais”.
Ao elogiar o preparo técnico dos auditores do TCU, Nardes demonstra claramente não acreditar que o governo consiga justificativas para as práticas ilegais das “pedaladas fiscais” e das “maquiagens contábeis”, que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, alega apenas representarem “diferenças na interpretação jurídica” de algumas ações financeiras.
Por fim, Nardes assinalou que muitos escândalos de corrupção poderiam ter sido evitados caso o governo tivesse dado ouvidos às advertências feitas pelo TCU em anos anteriores. “Estamos inaugurando um novo tempo. Essa situação que vivemos no país é decorrente, em muitos casos, dos alertas que fizemos, como, por exemplo, foi o caso da Petrobras e das estatais que não estão aplicando corretamente os investimentos.”
O TEMPO NÃO PARA…
Essa justificativa de haver “diferenças na interpretação jurídica”, levantada pelo ministro Nelson Barbosa, é apenas mais uma tentativa de contorcionismo fiscal. Todos sabem que a contabilidade, ao contrário da política e da economia, é realmente uma ciência exata, que trabalha com informações matemáticas.O fato é que o governo do PT, inebriado pelo Poder, achou que estava acima dessas regras estabelecidas em lei.
Dona Dilma, que um dia até sonhou ser “doutorada” em Economia, sem jamais ter feito mestrado, pensou (?) que em contabilidade os fins podem justificar os meios. Foi seu maior erro. É por isso que vai perder o mandato. E todos sabem 29 dias passam rápido. Muito rápido.


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