A
 decisão inédita do Tribunal de Contas da União (TCU), ao adiar o 
julgamento das contas de 2014 do governo federal, representa um 
descumprimento de seu próprio Regimento, mas esta falha nem será 
contestada, por ter sido um ato político deferido por unanimidade para 
dar sustentabilidade à futura rejeição das contas e consequente 
afastamento da presidente Dilma Rousseff.
Houve
 uma série de explicações técnicas sobre a inusitada decisão, o relator 
da matéria, ministro Augusto Nardes, chegou a dizer que o tribunal está 
entrando numa “nova fase’, em função do aprimoramento técnico da equipe 
de auditores do tribunal. Mas é só conversa fiada, uma coisa nada tem a 
ver com a outra.
O
 que na verdade ocorre é que a aprovação de um parecer pedindo ao 
Congresso Nacional a rejeição das contas presidenciais de 2014, na 
prática, significa comprovação da ocorrência de crime de 
responsabilidade, exatamente o argumento jurídico que se alega estar 
faltando para incriminar e cassar Dilma Rousseff.
A
 equipe econômica tem agora 29 dias para tentar explicar o inexplicável.
 Segundo o relator Augusto Nardes, as contas “não estão em condições de 
ser apreciadas” e o prazo dado pelo TCU é para que a presidenta Dilma 
Rousseff e sua equipe esclareçam, por escrito ou pessoalmente, as provas
 apontadas pelo tribunal de que teriam descumprido as leis de 
Responsabilidade Fiscal e Orçamentária Anual, além da própria 
Constituição.
ILEGALIDADES CONTÁBEIS
As
 declarações de Nardes sobre as ilegalidades contábeis do governo são 
claras e significativas.“Agora temos gente mais especializada e uma 
reserva intelectual que pode em muito auxiliar a nação. Temos agora 
bagagem para fazer auditorias que não fazíamos antes. Se antes não foi 
descoberto, é porque não tínhamos implantado isso”, afirmou o ministro, 
acrescentando: “Foi por meio dessa equipe que levantamos as pedaladas 
fiscais”.
Ao
 elogiar o preparo técnico dos auditores do TCU, Nardes demonstra 
claramente não acreditar que o governo consiga justificativas para as 
práticas ilegais das “pedaladas fiscais” e das “maquiagens contábeis”, 
que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, alega apenas 
representarem “diferenças na interpretação jurídica” de algumas ações 
financeiras.
Por
 fim, Nardes assinalou que muitos escândalos de corrupção poderiam ter 
sido evitados caso o governo tivesse dado ouvidos às advertências feitas
 pelo TCU em anos anteriores. “Estamos inaugurando um novo tempo. Essa 
situação que vivemos no país é decorrente, em muitos casos, dos alertas 
que fizemos, como, por exemplo, foi o caso da Petrobras e das estatais 
que não estão aplicando corretamente os investimentos.”
O TEMPO NÃO PARA…
Essa
 justificativa de haver “diferenças na interpretação jurídica”, 
levantada pelo ministro Nelson Barbosa, é apenas mais uma tentativa de 
contorcionismo fiscal. Todos sabem que a contabilidade, ao contrário da 
política e da economia, é realmente uma ciência exata, que trabalha com 
informações matemáticas.O fato é que o governo do PT, inebriado pelo 
Poder, achou que estava acima dessas regras estabelecidas em lei.
Dona
 Dilma, que um dia até sonhou ser “doutorada” em Economia, sem jamais 
ter feito mestrado, pensou (?) que em contabilidade os fins podem 
justificar os meios. Foi seu maior erro. É por isso que vai perder o 
mandato. E todos sabem 29 dias passam rápido. Muito rápido.
 
 
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