MINHA RECENTE CONTRIBUIÇÃO COM O BLOG DOS APOSENTADOS

OPINIÃO DO LEITOR – Acorda Brasil!…
09/07/2010 POR ASOV DEIXE UM COMENTÁRIO

A iniciativa privada banca o setor público e ainda é espezinhada por ele. Só em país subdesenvolvido.

Em 1972, quando comecei a trabalhar não havia estabilidade de emprego para ninguém (a constituição de 1967 acabou com a estabilidade existente até então, que valia tanto para a iniciativa privada quanto para os servidores públicos), e ninguém questionava as contribuições para o INSS, pois era dinheiro certo, tinha aval do Estado brasileiro. A gente pagava sobre salários mínimos e tinha a garantia de receber sobre salários mínimos.

Na constituição “cidadã” de 1988, o PT aliou-se aos servidores públicos e conseguiu a estabilidade de emprego somente para os servidores, se lixando para nós da iniciativa privada (note que até os milicos a regra era mais democrática, ou havia estabilidade para todos ou não havia).

Não sei bem se na constituição de 1988 ou se na reforma previdenciária de FHC, que se mudou o critério de contribuição e o salário benefício do INSS foi desvinculado do salário mínimo. A cada ano que passa o salário contribuição tem menor poder aquisitivo: esse foi o 1º golpe que o Estado brasileiro deu em seus trabalhadores, pois além de pagar benefícios menores que os acordados anteriormente– sobre SM –, ainda achatou os futuros benefícios dos trabalhadores.

Enquanto isso os aposentados do serviço públicos continuam ganhando como se estivessem trabalhando – incorporam até aumentos resultantes de produtividade – só no Brasil. O resultado desta excrescência é que em 2009 a conta da previdência pública do RGPS – setor urbano -, que cobre 18,9 milhões de segurados, registrou um déficit de R$ 2,6 bilhões e o RPPS, que cobre apenas 1068 aposentados, registrou um déficit de R$ 40,3 bilhões, ou seja: o Tesouro Nacional aporta anualmente para cada segurado RGPS setor urbano R$ 138,00 e para cada segurado do RPPS R$ 53.300,00.
Com a palavra os políticos. Aonde temos que fazer uma PESADA E URGENTE reforma?

O povo brasileiro não é escravo, não tem que pagar mordomias nem espertezas, muito menos ser gritantemente espoliado. Será que o serviço público é excelente em qualquer coisa que faça?Excelente somos nós da iniciativa privada que conseguimos pagar todas as barbaridades do setor público e ainda tocar o país. O Judiciário aplica leis que são feitas pelo legislativo. Aonde está a excelência nisso? Há sim muito aproveitamento e pompa. O trabalho deles não é mais importante que nenhum da iniciativa privada. Temos que ter isso na mente, e por isso merecemos no mínimo direitos iguais aos deles.

Obs. O RGPS urbano , só é deficitário porque o Estado ainda lhe retira 20% de suas receitas em forma de DRU e promove uma série de renúncias fiscais, que este ano deve ficar na casa dos R$ 18 bi, se não, seria superavitária. Tudo à custa do incauto do trabalhador que não tem a quem recorrer.

Chamem a polícia. Isso é caso de polícia. CPI. Cadê os políticos, a honestidade?
Todos sabem que com o dinheiro dos aposentados foram construídas uma série de obras nos governos JK e dos militares, obras que segundo cálculos da assessoria do senador Paulo Paim montam hoje aproximadamente 3,5 trilhões de reais, mais de um PIB brasileiro. Esse dinheiro que era dos aposentados nunca foi reposto. Muitos dirão que foi nossa contribuição para o país e isso é um gesto patriótico, daí eu perguntaria: e os outros? Por exemplo: por que a Previ ou a PETROS não devolvem seus ativos ao Brasil para acabar com a pobreza e finalmente montar sua atual precária infra-estrutura? E principalmente por que há tanta diferença nas aposentadorias. No judiciário até 27 mil, pagos por nós é claro, e os aposentados do INSS nem 3 mil. Aonde estamos? Na falecida URSS?
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O Brasil paga religiosamente todas as suas dívidas internas e externas, inclusive com o inquieto e voraz FMI para poder ser respeitado comercialmente tanto no país quanto no exterior, ou seja, para manter um status de país que respeita contratos. E por que só o INSS pode levar calote?

Nós aposentados vamos contratar o FMI para cobrar essa dívida do Brasil com os aposentados, porque o país insiste em nos explorar cada vez mais, em vez de reconhecer nossos direitos.

Como o Estado não abre suas contas para o povo (os burocratas que se aposentam com privilégios pagos por nós só falam em déficits) fiz uns cálculos imaginando que fosse posto numa poupança à menor taxa possível (0,5%a.m) as contribuições de um trabalhador que ganhe pelo teto do INSS e a metade do que seu empregador contribua para o INSS (metade porque considerei que a outra metade fosse para a assistência social e saúde). Ao final de 35 anos haveria na poupança R$1.022.178,00, que com retirada mensal de 6 mil, daria para viver aposentado 30 anos e ainda restaria na poupança R$ 98.920,00. Como me aposentei com 59 anos e meio, daria para viver com sobra até os 89 anos e meio (Eu disponho os cálculos para quem quiser). Ah! A expectativa de vida é de 72 anos.

E para encerrar, menciono que vendo as TVs Câmara, Senado e do Município, notei que as palavras mais utilizadas para balizar conceitos destas casas eram: igualdade, solidariedade e fraternidade; só que na prática para o povo essas casas aplicam apenas o substantivo iniqüidade. Quando isso será corrigido na prática e não no discurso? Para que serve Estado? Para contratar servidores com múltiplos privilégios?
Após o levantamento das inúmeras trapaças que o país fez conosco, é preciso que as autoridades entendam que acordamos, não será futebol que nos fará parar, exigimos nossos direitos e estamos dispostos a lutar por eles, e o pior de tudo é que temos certeza que com essa estrutura de privilégios e descompromissos o país tende a não deixar nada para seus filhos, a não ser rombos, e não será por conta dos aposentados do RGPS, a história há de contar a verdade.

Mais uma vez: Acorda Brasil!

Artur Larangeira Filho
E-mail: artur_larangeira@uol.com.br