O CORDÃO DOS PUXA PUXA

APOSENTADO AMIGO raciocine comigo.

Tempo de política é a estação do ano em que se dá a infestação na esfera da moralidade, de um sem número de insetos conhecidos por puxa-puxas. É um bichinho tão insuportável, alvoroçado e descabido que chega a provocar o surto de verdadeira epidemia contagiosa que ataca como a dengue e que não dispõe de tratamento especifico para se erradicar do organismo infectado. Trata-se dos puxa-sacos, dos políticos que esvoaçam por todos os recantos, à cata de vantagens e de oportunidades de ganhar dinheiro sem suar a camisa. Isto de suar camisa é com as vítimas de suas picadas, os aposentados. Os puxa-sacos comerciam com a falta de CARÁTER, com seu servilismo e com a bajulação cujo efeito, atinge diretamente a verdade e aniquila a dignidade das pessoas que as praticam. Seu estrago é devastador, muito pior do que o causado pelas doenças físicas que destroem os corpos, mas respeitam o espírito. O universo de seus agentes é amplo.

Para que os aposentados tenham uma noção exata do que sejam esses vírus e, na impossibilidade de citar todos nominalmente, refiro-me apenas a dois como modelos acabados da falta de caráter, do servilismo e da bajulação. Michel Temer e Cândido Vaccarezza. São os atuais campeões da hostilidade aos aposentados. Michel Temer quer ser vice-presidente da guerrilheira e Cândido Vaccarezza ambiciona abocanhar a presidência da Câmara de Gás. Para isto, quanto mais fortes forem os puxões tanto maiores serão as chances de vitória. Michel Temer não sabe mais como esticar o tempo para enrolar a votação das matérias de interesse dos aposentados. Vai esticar esticar até arrebentar. Deste esticão alguém vai sair rabicó. Vaccarezza causa até pena. É tamanha sua afeição para garantir o gás que, agora está apelando abertamente pela ilegalidade com sua proposta de aumento ESCALONADO para os aposentados. Ele próprio acabou admitindo que não há base jurídica para tanto e que tal medida, se adotada, acabaria esbarrando com a justiça. O sonho de Vaccarezza é tentar dividir os aposentados com estas migalhas que não correspondem nem ao fundo das garrafas de Whisky que, eles bebem às nossas custas. Engana-se, porém, este mosquito da dengue da imoralidade porque os carros FUMACÊS da verdade dos aposentados estão percorrendo as ruas, as avenidas de nossas cidades, bem como nossos campos, espargindo as cinzas que paralisam até os aviões supersônicos quanto mais os mosquitos da imoralidade. Procure enganar, Sr. Vaccarezza, os que são de sua laia porque, com os aposentados, estará perdendo seu tempo como também a CÂMARA DE GÁS.

Mas não são somente os insetos da bajulação, do servilismo e da falta de caráter que tentam perturbar os aposentados com seus zumbidos e picadas. Há também a barulhada provocada pelos mal informados, mas, que nem por isto, sejam menos culpados pelas injustiças que lhes são feitas. Há um tipo de desinformação que não é culpável porque se confunde com a ignorância insuperável, radicada na falta de cultura. A outra desinformação, a propositada ou afetada, esta sim, é culpável porque é pratica de má fé, em proveito próprio.

Recentemente, por acaso, não por assiduidade, estava eu com a televisão ligada no programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, quando me deparei com a figura de Miriam Leitão, aquela boa em economia, da Rede Globo, desfiando algumas inverdades e fofocas sobre os aposentados. Só não desliguei o aparelho, porque, como aposentado que sou, senti-me atingido e com o dever e o direito de permanecer fiel à minha classe que eu amo e cujos direitos são, como nunca, atacados, desrespeitados e negados. Em se tratando de Miriam Leitão, a economista predileta da Rede Globo, o fato causou espécie. Creio, portanto, que, de minha parte não será fora de propósito pretender esclarecer algumas questões pertinentes ao caso.

Pelo visto, a Sra. Miriam está se posicionando contra os aposentados e pensionistas que, na sua IMENSA MAIORIA percebe um salário mínimo por mês, R$510,00 reais, para sustentar famílias de até dez pessoas, esta colossal fortuna que põe em risco a estabilidade econômica da nação e o salário dos MARAJÁS que em suas tendas revestidas de ouro, são refrescados dias e noites pela brisa produzida pelos abanicos agitados pelos fieis puxa-sacos.

Ignorando ou fingindo ignorar a real situação econômica do aposentado no Brasil, a MIDIA o ataca e o culpa pela farra financeira de nossos governantes. Fingem ignorar o artigo 201 da Constituição Federal de 88, a lei 8.213/91, bem como as leis 8.870/94 e a 9.711/98 que fundamentam os direitos dos aposentados e não permitem qualquer espécie de dúvidas sobre o assunto. Revelam a mais crassa ignorância, quando não, a mais cabeluda má fé no que diz respeito ao Seguro em geral e em particular ao Seguro Social que é pago pelo trabalhador e pelas empresas, seus legítimos donos, mas que é sistematicamente apropriado pelo Executivo para a prática de suas farras financeiras, e para sustentar a mentira de que a Previdência é deficitária. Gostaria imensamente que a Sra. Miriam me declarasse, com toda a transparência, qual é sua renda mensal, somando tudo, as declaráveis e as não declaráveis. As minhas rendas hoje são R$1.600,00 reais por mês. Aposentei-me em 1980, contribuindo sobre seis salários mínimos. Hoje recebo apenas sobre três, portanto, estou sendo roubado em R$1.500,00 reais. Tenho uma família de cinco pessoas para sustentar, inclusive um menor de quatro anos, e uma idade muito avançada para administrar.

Tudo isto é muito grave, porque é pecado mortal contra a justiça, mas não satisfeita com ignorar ou fazer de conta que ignora matéria de tamanha responsabilidade social, a Sra. Miriam vai para a televisão, não só para assoalhar mentiras, mas ainda para invadir o recôndito afetivo de casais aposentados que, segundo ela, manipulam a própria idade para gozarem de um período maior de benefícios. Tal fofoca é ridícula, vergonhosa, caluniosa e passível de punição na justiça. Tal mídia desconhece DEUS, não tem consciência e gravita em torno do dinheiro, daquele dinheiro maldito que um dia servirá para pagar sua condenação.

José Cândido de Castro
Abril de 2010